A Anistia Internacional afirmou, em um novo relatório publicado nesta quinta-feira (05/12), que a guerra de Israel contra Gaza atende ao limiar legal de genocídio contra o povo palestino. As informações são da Al Jazeera.
O documento, intitulado “Você se sente como se fosse subumano: o genocídio de Israel contra os palestinos em Gaza” (You Feel Like You Are Subhuman: Israel’s Genocide Against Palestinians in Gaza), é o resultado de meses de investigações, que incluiu entrevistas com testemunhas, análise de evidências visuais e digitais, como imagens de satélite, além de declarações feitas por altos oficiais israelenses do governo e militares.
O relatório acusa as forças israelenses de cometerem pelo menos três dos cinco atos proibidos pela Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio de 1948, incluindo assassinatos indiscriminados de civis, causar danos físicos e psicológicos graves, e “impor deliberadamente aos palestinos em Gaza condições de vida que visam sua destruição física”.
“De mês a mês, Israel tratou os palestinos em Gaza como um grupo subumano, indigno de direitos humanos e dignidade, demonstrando sua intenção de destruí-los fisicamente”, disse Agnes Callamard, secretária-geral da Anistia Internacional.
“Nossa pesquisa revela que, por meses, Israel persistiu em cometer atos genocidas, totalmente ciente dos danos irreparáveis que estava infligindo aos palestinos em Gaza”, afirmou Callamard.
Ela também destacou que Israel continuou suas ações “desafiando avisos incessantes sobre a situação humanitária catastrófica e decisões vinculantes do Tribunal Internacional de Justiça [TIJ] que ordenaram medidas imediatas para permitir o fornecimento de ajuda humanitária aos civis em Gaza.”
“Os resultados alarmantes de nossa pesquisa devem servir como um alerta para a comunidade internacional: isso é genocídio. Deve parar agora”, acrescentou.
Callamard completou, afirmando que, levando em conta o “contexto pré-existente de desapossamento, apartheid e ocupação militar ilegal”, a única conclusão razoável é que a intenção de Israel é a destruição física dos palestinos em Gaza.
IDF/Flickr
Resposta de Israel
O governo israelense rejeitou o relatório, tendo afirmado que ele é “totalmente falso”. “A deplorável e fanática organização Anistia Internacional mais uma vez produziu um relatório fabricado, totalmente falso e baseado em mentiras”, disse o Ministério das Relações Exteriores de Israel em comunicado.
“O massacre genocida de 7 de outubro de 2023 foi realizado pela organização terrorista Hamas contra cidadãos israelenses. Desde então, eles têm sido submetidos a ataques diários em sete frentes diferentes. Israel se defende contra esses ataques agindo em total conformidade com o direito internacional”, continuou.
