Na ONU, representante palestino denuncia planos de Israel após ataques em Gaza
Riyad Mansour afirmou que Tel Aviv tem como objetivo o deslocamento forçado para ocupar norte do enclave, alvo de intensos bombardeios há 12 dias
O representante da Palestina na Organização das Nações Unidas (ONU), Riyad Mansour, denunciou em uma reunião do Conselho de Segurança desta quarta-feira (16/10) que o plano de Israel para anexar o território e deslocar o povo palestino “já está em andamento”.
“Nós alertamos desde os primeiros dias do ataque de Israel que seu objetivo era o deslocamento forçado do povo palestino e a anexação do território. O que estamos vendo no norte de Gaza é exatamente isso”, instou Mansour ao Conselho de Segurança, em reunião para debater o cerco que Tel Aviv promove no norte da Faixa de Gaza há 12 dias.
Segundo a autoridade palestina, a violência que Israel promove no norte do enclave é o “mais recente plano do país para atingir o que sempre foi seu objetivo”, classificando os ataques como “outro nível de monstruosidade”.
“O chamado Plano do General Israelense está em andamento”, acrescentou, segundo a emissora Al Jazeera, referindo-se à estratégia militar do major-general israelense aposentado Giora Eliand, que visa sitiar os moradores que ainda restam no norte de Gaza a fim de esvaziar a região e promover uma limpeza étnica.

UN Geneva/Flickr
Mansour acusou o Conselho de Segurança de “testemunhar o genocídio perpetrado por Israel em Gaza”
O escritório de direitos humanos da ONU chegou a afirmar na última segunda-feira (14/10) que o exército israelense parece estar isolando completamente o norte de Gaza do restante do território e lançando ataques “com absoluto desrespeito à vida e à segurança dos civis palestinos”.
Mansour acusou ainda que os membros permanentes do Conselho de Segurança (China, Estados Unidos, Reino Unido, França e Rússia) “estão testemunhando o genocídio perpetrado por Israel em Gaza”, mesmo que não reconheçam.
“Silêncio e inação não são uma opção. Vocês estão prontos para proclamar que, enquanto os palestinos se recusam a se render, este Conselho decidiu ao rendimento?”, questionou aos membros ao exigir o fim do massacre e cessar-fogo.
(*) Com Brasil de Fato