O governo brasileiro condenou nesta terça-feira (17/09) as explosões de pagers no Líbano que mataram ao menos 12 pessoas no país, incluindo crianças e filhos de dois deputados do grupo Hezbollah, Ali Ammar e Hassan Fadlallah, e deixaram cerca de 4 mil pessoas feridas. Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores do país fez um apelo contra a escalada das tensões no Oriente Médio.
“Tais atos conduzem a escalada significativa de tensões na região e exacerbam o risco de alastramento do conflito. Demonstram, também, que, lamentavelmente, têm sido inócuos os múltiplos apelos da comunidade internacional para que atores no Oriente Médio exerçam máxima contenção”, diz a nota do Itamaraty, sem mencionar o Hezbollah, nem Israel.
A pasta ainda acrescentou defender o “pleno respeito à soberania e à integridade territorial dos países”.
Não houve registro de brasileiros entre as vítimas registradas até o momento. Ainda assim, a embaixada do Brasil em Beirute informou que segue prestando as orientações necessárias à comunidade brasileira no país.
Explosões de pagers
As explosões dos aparelhos eletrônicos de comunicação em várias regiões do Líbano aconteceram na terça-feira. Os pagers eram utilizados pelo Hezbollah e, também, por civis.
Horas após o incidente, o grupo libanês acusou Israel pelo ataque, ao declarar que “o inimigo israelense é totalmente responsável por esta agressão criminosa” e que “receberá sem dúvida a sua punição justa”.
À agência Reuters, uma fonte da segurança libanesa indicou o envolvimento da agência de espionagem israelense, Mossad, no incidente. De acordo com ela, o Mossad teria instalado explosivos dentro de 5.000 pagers importados pelo Hezbollah da fabricante Gold Apollo, de Taiwan, meses antes das explosões. Os aparelhos teriam recebido uma pequena carga de explosivos entre 20 e 50 gramas, além de um minúsculo dispositivo de detonação remoto.
Por sua vez, a Gold Apollo afirmou que os aparelhos foram fabricados por uma empresa sediada em Budapeste, capital da Hungria, sendo produzidos pela BAC Consulting KFT.
O ministro da Saúde local, Firass Abiad, considerou que a ofensiva reforçou que Tel Aviv estava “se afastando de uma solução diplomática”. No entanto, a autoridade destacou que o maior desafio, no momento, é levar o setor médico a uma “situação de preparação”, que inclui o aumento dos estoques de medicamentos e combustível.
(*) Com Ansa