A Casa Branca informou nesta sexta-feira (23/08) que as conversas no Cairo, no Egito, sobre o acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza foram “construtivas” e que continuarão ao longo do fim de semana.
De acordo com o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Kirby, houve “progressos” nas tratativas, mas acrescentou que ainda é necessário que Israel e o Hamas “se unam” e se empenhem para pôr o acordo em prática.
“Houve progresso […] Mas precisamos agora que ambos os lados se unam e trabalhem para a implementação”, disse Kirby, sem fornecer detalhes sobre quais aspectos das negociações houve avanço.
O governo norte-americano confirmou que o diretor da CIA, William Burns, e o conselheiro sênior do presidente Joe Biden em assuntos do Oriente Médio, Brett McGurk, estão na capital egípcia participando da rodada de negociações.
Acordo depende de Israel
Na terça-feira (20/08), o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, e o ministro das Relações Exteriores do Egito, Badr Abdelatty, reuniram-se na cidade de el-Alamein onde discutiram os esforços conjuntos para pôr fim à guerra em Gaza.
O chanceler egípcio destacou que o avanço das negociações depende de Israel. Abdelatty expressou esperança de que a atual rodada “testemunhe um sincero desejo político israelense de parar a guerra em Gaza”, que ele disse ser “a única maneira não apenas de acabar com o sofrimento humanitário na Faixa de Gaza, mas também de evitar que a situação regional se agrave de uma forma que ameace a estabilidade” de todo o Oriente Médio.
O ministro ainda apontou que a paz e a estabilidade regional só podem ser alcançadas por meio de uma solução permanente e justa para a causa palestina, com base no estabelecimento de um Estado palestino independente, tendo Jerusalém Oriental como sua capital.
Enquanto Egito, Catar e EUA seguiam mediando as tratativas nesta sexta-feira, as famílias dos reféns israelenses se reuniram com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e, novamente, expressaram frustração por seu fracasso em selar um acordo com o grupo palestino.
Nesta semana, inclusive, o premiê chegou a afirmar não ter certeza de que será batido o martelo sobre o acordo, uma vez que insiste na necessidade de “eliminar o Hamas”. Ainda segundo ele, “se houver acordo, os combates em Gaza serão retomados após 42 dias”.
(*) Com Ansa