Sheinbaum credencia embaixadora palestina e condena ataques de Israel em Gaza
Presidente de origem judia entregou certificado à diplomata Nadya Rasheed; horas depois, governo do México publicou comunicado repudiando fim do cessar-fogo no Oriente Médio
A presidenta do México, Claudia Sheinbaum, credenciou nesta quarta-feira (19/03) a embaixadora da Palestina no país, Nadya Rasheed, que passou a ser a representante do país do Oriente Médio na Cidade do México.
Rasheed chega ao país depois de passar os últimos anos servindo na embaixada palestina no Uruguai. Antes disso, a diplomata trabalhou na representação da Palestina junto à Organização das Nações Unidas (ONU), na sede de Nova York.
Em paralelo ao evento em que Sheinbaum entregou os devidos credenciamentos a Rasheed e outros 23 novos embaixadores na cidade do México – incluindo o novo representante do Brasil, Nedilson Ricardo Jorge –, o Ministério das Relações Exteriores mexicano emitiu um comunicado manifestando oficialmente o repúdio do país à decisão de Israel de retomar os bombardeios à Faixa de Gaza.
“O governo do México expressa sua profunda consternação pela violação do acordo de cessar-fogo e pela retomada das hostilidades em Gaza, que deixaram mais de 400 vítimas civis, incluindo mulheres, meninas e crianças”, diz a nota.
A chancelaria mexicana também condenou “perda de vidas civis inocentes” e pediu “respeito ao direito internacional humanitário, um cessar-fogo que permita a entrada de ajuda humanitária em Gaza, a libertação dos reféns restantes e a retomada das negociações para uma paz duradoura na região”.

Claudia Sheinbaum entregou pessoalmente o diploma de embaixadora à diplomata palestina Nadya Rasheed
Judia pró-Palestina
De sua origem familiar judia, Sheinbaum já expressou diversas vezes sua postura em favor da causa palestina, e também seu apoio à solução de dois estados para resolver o conflito no Oriente Médio, com o Estado da Palestina sendo amplamente reconhecido no cenário internacional.
Em outubro de 2024, poucos dias após assumir o cargo de presidente do México, a então mandatária eleita disse que o Estado palestino deve ser totalmente reconhecido, assim como o Estado de Israel.
Meses antes, em maio de 2024, o governo mexicano se uniu ao grupo liderado pela África do Sul, que defende perante o Tribunal Internacional de Justiça (CIJ) uma condenação ao Estado de Israel em função das violações aos direitos humanos cometidas contra a população civil de Gaza.
A medida foi adotada pelo antecessor de Sheinbaum, o ex-presidente Andrés Manuel López Obrador (2018-2024). Ambos fazem parte da sigla de centro-esquerda Movimento de Regeneração Nacional (Morena).
Com informações de El Financiero e La Jornada.
