Quarta-feira, 26 de março de 2025
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O Tribunal Penal Internacional (TPI) de Haia criticou, nesta terça-feira (11/02), as sanções do governo dos Estados Unidos, sob a Presidência de Donald Trump, contra o procurador da corte, Karim Khan, e cobrou uma defesa por parte das nações do mundo.

“O TPI deplora a imposição de sanções do governo [norte-]americano contra o procurador Karim Khan. A corte promete continuar a cumprir seu mandato judicial, no interesse de milhões de vítimas inocentes de atrocidades”, diz uma mensagem no perfil do tribunal nas redes sociais.

O comunicado ainda apela aos seus “125 Estados-membros, à sociedade civil e às nações do mundo que se unam em prol da justiça internacional”.

O posicionamento da corte ocorre após o presidente dos EUA impor sanções ao TPI por conta das investigações sobre crimes de guerra e contra a humanidade cometidos por Israel na Faixa de Gaza, que motivaram um mandado de prisão contra o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, a pedido de Khan.

As medidas impostas pelo republicano incluem o congelamento de ativos de funcionários do tribunal nos EUA e a proibição de entrar no território do país.

OSeveno/Wikicommons
 Posicionamento do TPI ocorre após Trump impor sanções ao tribunal por conta das investigações sobre crimes de guerra em Gaza
“Gaza não é moeda de troca”

Trump já havia anteriormente feito declarações a favor de Israel, em detrimento dos palestinos, afirmado que os EUA “assumirão o controle” da Faixa de Gaza e serão responsáveis pelos trabalhos de reconstrução na região, desejando transformá-la em uma “Riviera do Oriente Médio”.

O chefe da Casa Branca também chamou a Faixa de Gaza de “local de demolição” e disse que seus habitantes deveriam ir para outros países, sugerindo a Jordânia ou o Egito em particular. Ele também não descartou que os EUA pudessem enviar seu Exército para Gaza, e prometeu visitar a área pessoalmente.

Sobre tais afirmações, que foram rejeitadas inclusive pelos governos da Jordânia e do Egito, um dos principais jornais da China, o China Daily, escreveu um editorial afirmando que o plano de Trump para o enclave palestino “só trará mais guerra e sofrimento à região”.

“O plano de Trump para o pós-guerra em Gaza, como disse Netanyahu, pode realmente ‘abrir muitas oportunidades’ para Israel. Mas as oportunidades incluem mais guerra e sofrimento para a região, incluindo Israel”, aponta o autor do artigo, Li Yang.

O jornal enfatiza que Gaza pertence ao povo palestino, não aos EUA, e é “parte integrante do território da Palestina, e não uma moeda de troca nos jogos políticos entre Tel Aviv e Washington”.

“A comunidade internacional, incluindo os EUA, deve unir os esforços para tornar Gaza melhor, não pior. Gaza precisa de assistência humanitária e de reconstrução”, acrescenta a publicação.

Pequim tem repetidamente enfatizado que o plano de “dois povos, dois Estados” é a principal solução para o conflito.

*Com Ansa e Sputnik