Os estudantes da Universidade Brown, em Rhode Island, concordaram em encerrar os acampamentos e protestos pró-Palestina no campus da faculdade nesta terça-feira (30/04), após a reitoria se comprometer com o desinvestimento em empresas afiliadas a Israel.
A Brown Divest Coalition, comitê organizador da mobilização, comemorou a decisão por meio das redes sociais, afirmando que “esta é uma vitória sem precedentes”.
“Esta é uma concessão importante que afirma o poder do movimento nacional dos campus estudantis para a Palestina”, declarou.
VICTORY!! BROWN COMMITS TO DIVESTMENT VOTE! Brown administration has conceded to students’ demand that the Corporation vote on divestment after years of tireless pressure from the student body, 61 student arrests, an eight day hunger strike and seven days of encampment
— Brown Divest Coalition (@DivestBrown) April 30, 2024
A mobilização exigia que a universidade se desfizesse de empresas ligadas ao governo israelense e retirasse as acusações contra 41 alunos detidos durante uma manifestação no University Hall em 11 de Dezembro.
Apesar da primeira e principal demanda ter sido aceita, as acusações contra os estudantes não foram retiradas. No entanto, parte do acordo envolveu não expulsar ou suspender estudantes ou membros do corpo docente com base no seu envolvimento nos protestos contra a guerra em Gaza.
Em um comunicado divulgado na terça-feira, a presidente da universidade, Christina Paxson, anunciou: “A devastação e a perda de vidas no Oriente Médio levaram muitos a apelar por mudanças significativas, ao mesmo tempo que levantam questões reais sobre a melhor forma de o conseguir”.
“Brown sempre se orgulhou de resolver diferenças por meio do diálogo, do debate e da escuta mútua”, disse ainda o documento.
A medida marca a primeira concessão significativa por parte de uma universidade norte-americana proeminente, na sequência de um movimento estudantil generalizado que começou em 18 de Abril, denunciando a ocupação sionista em Gaza e rejeitando os investimentos das suas universidades em empresas que apoiam Israel, bem como o apoio do governo dos EUA à violência no Oriente Médio.
Desde então, o ímpeto do movimento estudantil de apoio à Palestina nos Estados Unidos espalhou-se por universidades na França, Reino Unido, Alemanha, Austrália e Canadá.
(*) Com TeleSUR