A Conferência Internacional em Solidariedade da Venezuela à Palestina: Viveremos e Venceremos, realizada nesta sexta-feira (29/11) na La Casona Cultural, no estado de Miranda, contou com a presença do ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, que defendeu que “a solidariedade internacional com a Palestina deve se tornar uma ofensiva revolucionária global contra o imperialismo, o colonialismo, o sionismo e o fascismo”.
Gil comparou os ataques que o imperialismo e o sionismo promovem, em tentativa de dominação, aos sofridos pelos povos da América Latina, África e Ásia.
Segundo ele, a luta pela causa palestina “não é motivada pela caridade para com um povo massacrado”, mas sim “a luta de todos os nossos povos, porque os ataques do imperialismo e do sionismo que a Palestina vive hoje são os mesmos sofridos pelo povo venezuelano, pelos povos latino-americanos, pelos povos africanos”.
“É a hora do povo e todos os anti-imperialistas estarem em permanente mobilização a favor da causa palestina. Esta é a batalha mais dura e intensa que o povo trava contra o imperialismo”, instou.
O chanceler considerou que o mais importante agora é garantir que os responsáveis pelo genocídio e tentativa de extermínio contra o povo palestino sejam processados. “Temos de pôr fim ao cerco militar, ao massacre, e permitir que as famílias palestinas regressem às suas casas”, declarou.
Ao ressaltar que o sionismo não está relacionado ao judaísmo, Gil lembrou que os crimes de Israel “fazem parte da tentativa imperial de manter o seu domínio com a utilização de um enclave militar e político que colocou há décadas no Oriente Médio para dominar os recursos naturais da região”.
Entre outras ideias, refletiu que depois de mais de um ano de massacres israelenses em Gaza, “começam a ser vistos no horizonte sinais do declínio moral do regime do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu”.
O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, também contribuiu com o evento. Segundo ele, os povos da Palestina, do Líbano e da Venezuela, “estão unidos por um vínculo espiritual e humano”, ao assegurar que seu país “está se tornando a capital internacional dos povos que lutam pela sua independência contra o fascismo, na sua fase evoluída, o sionismo”
Saab denunciou que a mídia tenta transformar os genocidas em defensores da liberdade, ignorando os crimes sionistas contra lugares simbólicos e até sagrados no Líbano, Gaza, Iêmen e Síria.
“Israel comete genocídio, violações dos direitos humanos, crimes de guerra de forma impune”, disse o procurador-geral.
A Conferência Internacional em Solidariedade da Venezuela à Palestina: Viveremos e Venceremos organizou eventos durante toda esta sexta-feira.
Pela manhã, ocorreu o anúncio de abertura da exposição fotográfica “Um ano do genocídio. Um ano de resistência”, que mostrou as manifestações pró-Palestina nos Estados Unidos, o maior apoiador financeiro e militar para a violência de Israel.
O dia também conta com paineis. Das 9h30 às 11h, a mesa de debate foi intitulada “A Resistência: Solidariedade e luta nas ruas e na comunicação”.
Das 11h às 12h30 debateu-se “O sionismo no mundo – uma ideologia de morte”. Esta conversa contou com a participação do jornalista e fundador de Opera Mundi, Breno Altman.
Pela tarde, o evento trouxe testemunhos da violência genocida com um sobrevivente da Faixa de Gaza. Das 15h30 às 17h, o terceiro painel do dia abordou “A contraofensiva internacional contra o genocídio: Do direito internacional à mobilização popular”.
Às 17h iniciou-se um ato cultural, levando à conferência central do dia, que levou o tema “A luta comum contra o fascismo, o imperialismo e o sionismo no mundo de hoje”. O encerramento contou com a presença de autoridades políticas da Venezuela, de modo que o chanceler Yván Gil e o procurador-geral Tarek Saab compartilharam suas falas.
Maduro reforça solidariedade à Palestina
Mais cedo, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, usou suas redes sociais para reforçar a posição de seu país contra os crimes de guerra e contra a humanidade cometidos pelo governo de Israel, no marco do Dia Internacional da Solidariedade ao Povo Palestino.
Ao criticar o “genocídio sofrido ao vivo”, sobretudo vitimando, em sua maioria, mulheres e crianças, o chefe de Estado venezuelano fez um apelo à comunidade internacional para que estabeleçam uma união em apoio à causa palestina.
“A batalha mais importante que a humanidade tem é pela Pátria humana, pela libertação da Palestina. Da Venezuela fazemos todo o possível para que a solidariedade seja expressa em termos concretos. O povo palestino merece justiça e, com o apoio de toda a humanidade, mais cedo ou mais tarde vencerá”, declarou Maduro.
O mandatário sustentou que “defender a Palestina e seu direito à independência” equivale a “defender o direito à existência da Venezuela”, pois se trata de uma luta contra o fascismo e o colonialismo.
(*) Com TeleSUR