Quinta-feira, 10 de julho de 2025
APOIE
Menu

Cerca de mil pessoas já passaram pela vigília de 24 horas em defesa da Palestina, iniciada na tarde da última terça-feira (01/07) e que se estende até esta quarta-feira (02/07) em frente ao Escritório de Representação da Presidência da República na cidade de São Paulo.

Com a participação de personalidades importantes para a questão palestina, como a coordenadora no Brasil da Rede Samidoun de Solidariedade aos Prisioneiros Palestinos, Rawa Alsagheer, a mobilização exige que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva rompa as relações comerciais, acadêmicas e diplomáticas com Israel.

Em homenagem aos mais de 100 mil palestinos mortos pela guerra de Israel em Gaza, sendo mais de 70% mulheres e crianças, de acordo com a Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal), os manifestantes fizeram um minuto de silêncio com velas que foram colocadas no chão em frente ao acampamento.

Receba em primeira mão as notícias e análises de Opera Mundi no seu WhatsApp!
Inscreva-se

Breno Altman, jornalista e fundador de Opera Mundi na vigília em defesa da Palestina, em São Paulo
Diogo Romão

O jornalista e fundador de Opera Mundi, Breno Altman, defendeu que as atividades da vigília são “fundamentais para a resistência do povo palestino”.

“A luta armada do povo palestino jamais pode ser classificada como terrorismo. Um povo quando se levanta em armas contra seu opressor exerce seu direito à rebelião”, defendeu ainda.

Já o ativista Thiago Ávila, integrante da Flotilha da Liberdade sequestrada por Israel em junho passado, defendeu durante a mobilização: “que a gente se livre do fardo e da vergonha de sermos o 4º maior exportador de petróleo para essa entidade genocida. É urgente. É necessário. Nós não queremos fazer parte de um genocídio”.

O ativista Thiago Ávila participou da Flotilha da Liberdade para tentar levar ajuda humanitária à Gaza, mas foi sequestrado e preso por Israel em junho passado
Artur K Luz

Outras participações importantes na vigília são de Eduardo Moreira, do Instituto Conhecimento Liberta (ICL), o comediante Thiago Santinelli, Leonardo Péricles, presidente do partido da Unidade Popular (UP), o historiador Ian Neves, Padre Júlio Lancellotti, a presidente estadual em São Paulo da UP, Vivian Mendes, e Guilherme Terreri (Rita von Hunty).

A organização da vigília resgata um dado do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, afirmando que o Brasil é o 12º maior parceiro comercial de Israel, representando 2,1% do comércio de Israel.

“O Governo Lula, apesar de ter sido um dos primeiros governos do mundo a se posicionar abertamente contra o genocídio contra o povo palestino, se limita a manter o repúdio no âmbito das palavras, sem tomar nenhuma ação concreta sequer em apoio ao povo palestino e de, minimamente, ruptura com Israel”, denuncia a iniciativa.

Os participantes da vigília ainda afirmam que tal neutralidade nas ações “coloca o povo brasileiro em situação de cumplicidade”.

Velas em homenagem aos 100 mil palestinos mortos pelo genocídio perpetrado por Israel
Artur K Luz

Atividades na vigília

Iniciada às 15h da terça-feira, a vigília tem contado com diversas atividades, como palestras sobre a questão palestina, sobre a luta do povo negro, aulas de boxe, cinema, barracas com livros e revistas, e atividades culturais.

Com dezenas de barracas, tendas, cozinha e espaço para crianças, o acampamento também tem garantido as refeições para os manifestantes.

Ao final da vigília, perto das 15h desta quarta-feira, ocorrerá uma assembleia final com apresentação da “Carta do povo brasileiro pelo fim das relações comerciais e militares com Israel” para ser entregue ao governo federal.