3 anos de guerra: líderes europeus visitam Kiev para respaldar Zelensky após críticas de Trump
Presidente norte-americano pediu por novas eleições na Ucrânia ‘o antes possível’, colocando em xeque a legitimidade do atual mandatário desse país
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von de Leyen, o presidente do Conselho Europeu, Antonio Costa, e representantes de 13 líderes europeus e do Canadá se reuniram nesta segunda-feira (24/02) em Kiev para prestar seu apoio ao governo ucraniano no dia em que a guerra entre esse país e a Rússia completa três anos.
“Uma Europa livre e soberana é do interesse de todos”, disse Von der Leyen aos jornalistas durante sua viagem de trem a Kiev. “A Ucrânia tem uma indústria de defesa muito inovadora, que fortaleceria a resiliência da União Europeia, ao mesmo tempo em que assumiria mais responsabilidade pela nossa própria segurança”, disse se referindo à conveniência de uma maior proximidade com Kiev.
Von der Leyen disse também que em breve apresentaria um plano para aumentar a produção de armas na Europa. Segundo ela, as ajudas financeiras deste ano para a Ucrânia estão garantidas e que a União Europeia também pretende acelerar a entrega de armas e munições ao país.
“Esse será nosso trabalho nas próximas semanas”, disse a líder europeia, antes de anunciar mais U$ 3,5 bilhões em ajuda para a Ucrânia.
Reação ao diálogo entre Rússia e EUA
A medida foi anunciada uma semana depois do início das negociações entre Rússia e Estados Unidos, buscando um acordo para colocar fim à guerra na Ucrânia, em processo no qual os governos de Vladimir Putin e Donald Trump excluíram representantes ucranianos e europeus.
“Para ser honesto, não acho que seria muito importante que ele (Zelensky) esteja lá. Isso torna muito difícil fechar negócios”, chegou a dizer Trump em uma entrevista, na qual justificou a ausência de Bruxelas e Kiev da mesa de negociações.

Líderes europeus manifestaram seu apoio à Ucrânia no aniversário do início da guerra
O mandatário norte-americano também responsabilizou o presidente da Ucrânia pelo início da guerra há três anos, e disse que Kiev deveria realizar novas eleições presidenciais.
Plano europeu quer garantias de segurança
O esforço europeu para ser incluído nessas negociações sobre a paz na Ucrânia se intensificou na semana passada com duas reuniões de líderes europeus.
O presidente da França, Manuel Macron visitou a Casa Branca nesta segunda-feira, no que deve ser sua primeira reunião com Donald Trump esta semana. Também é esperada um novo encontro, nos próximos dias, no qual também participará o primeiro-ministro britânico Keir Starmer.
Os dois líderes europeus pretendem apresentar a proposta elaborada pela União Europeia e pelo Reino Unidos, na qual se prevê o envio a Kiev de um contingente de 30 mil soldados franceses e britânicos, para proteger portos e aeroportos distantes da fronteira leste.
Também nesta segunda-feira, os ministros das Relações Exteriores dos 27 países membros devem formalizar a ampliação das sanções contra a Rússia. Entre as mais importantes está a proibição de importação de alumínio russo.
