O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta quinta-feira (12/05) que está pronto para negociar com o mandatário da Rússia, Vladimir Putin, mas desde que não haja “ultimatos”.
Em entrevista ao talk show italiano “Porta a Porta”, da emissora Rai, Zelensky reconheceu que as negociações com Moscou “se complicam a cada dia” porque, segundo ele, os russos estão ocupando novos vilarejos e “muitas pessoas fugiram de suas casas ou foram assassinadas”.
“Isso complica muito a possibilidade de conduzir tratativas. Queremos que entendam que nossa sociedade é muito pacífica, queremos negociar há oito anos. Eu estou pronto para falar com Putin, mas sem ultimatos”, disse o presidente.
As negociações para um cessar-fogo estão travadas desde o fim de março, quando a Ucrânia se comprometeu a não ingressar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), mas desde que tivesse caminho livre para entrar na União Europeia e garantias de segurança por parte de potências internacionais.
Os dois países, no entanto, ainda não avançaram nas conversas sobre o destino da península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, e do Donbass, zona do leste ucraniano onde ficam as regiões separatistas de Donetsk e Lugansk.
Reprodução/ @ZelenskyyUa
‘Eu estou pronto para falar com Putin, mas sem ultimatos’, disse Zelensky
Moscou exige o reconhecimento da soberania de todo o Donbass e da anexação da Crimeia, mas a Ucrânia defende a manutenção de sua integridade territorial.
No começo de maio, ao seu homólogo francês, Emmanuel Macron, Putin havia falado que Moscou estava aberta para dialogar com a Ucrânia, mas acrescentou que Kiev não demonstra estar pronta para negociar.
Em ligação, o chefe de Estado russo destacou que seu país “ainda está aberto ao diálogo”, destacando que os ucranianos “não estão prontos para negociações sérias” para encerrar o conflito.
A invasão russa começou em 24 de fevereiro, e as tropas de Moscou se concentram, atualmente, na tomada de Donbass, após uma tentativa de conquistar a capital Kiev nas primeiras semanas de guerra.
(*) Com Ansa.