O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse na manhã desta quarta-feira (01/06) que os Estados Unidos estão “atirando gasolina no fogo deliberadamente” ao prometer o envio de mísseis “mais avançados” para a Ucrânia.
“Tais remessas não contribuem para reacender na liderança ucraniana o desejo de retomar as conversas de paz”, afirmou Peskov, reforçando que Moscou não descarta uma reunião entre o presidente do país, Vladimir Putin, e o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Já o vice-ministro russo das Relações Exteriores, Sergey Ryabkov, alertou que “qualquer fornecimento de armas aumenta o risco de um confronto direto entre EUA e Rússia”.
As reações aconteceram depois que o presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou um novo pacote de ajuda militar à Ucrânia com o envio do sistema de mísseis “mais avançados”.
Segundo o líder norte-americano, os sistemas não são capazes de atingir o território russo e foram entregues com a condição de não serem usados em conflitos fora da fronteira ucraniana. “Não queremos prolongar a guerra apenas para infligir dor à Rússia”, afirma.
Por sua vez, Peskov disse não confiar na promessa de Zelensky em não utilizar os equipamentos contra o território de seu país, mencionando acordos anteriores que também “não foram cumpridos”, como os Acordos de Minsk.
Wikicommons
Porta-voz do Kremlin diz não confiar na promessa de Zelensky em não utilizar os equipamentos contra o território de seu país
Por meio de um artigo publicado no jornal The New York Times, “O que a América vai fazer e não vai na Ucrânia”, o mandatário norte-americano afirmou que seu objetivo é ver uma “Ucrânia soberana”, com meios para de defender de agressões.
“É por isso que decidi que vamos abastecer os ucranianos com sistemas de mísseis mais avançados e munições que vão permitir ataques mais precisos contra alvos-chave no campo de batalha”, diz Biden no artigo, mas sem entrar em maiores detalhes sobre que tipo de armamento será enviado a Kiev.
No editorial, o presidente ainda se compromete a ajudar a Ucrânia financeiramente, combater a iminente crise alimentar no planeta e reforçar o flanco oriental da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Em seguida, diz que não pretende remover o presidente da Rússia, Vladimir Putin, do poder. “Não queremos uma guerra entre a Otan e a Rússia”, disse Biden.
(*) Com Ansa e Sputnik.