O presidente da Rússia, Vladimir Putin, fez um alerta nesta quinta-feira (13/07) aos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) a respeito ao apoio entregue à Ucrânia, país que está em guerra com Moscou desde fevereiro de 2022.
As declarações de Putin aconteceramm um dia após a cúpula da Otan, realizada na cidade de Vilnius, capital da Lituânia, nesta terça e quarta-feira (11 e 12/07).
O primeiro comentário do mandatário russo foi a respeito do fornecimento de armas a Kiev. “Se alguém está interessado nisso [armar a Ucrânia], e parece que existem cada vez mais partes interessadas, deve estar ciente de que isso tende a criar uma situação pior para a própria Ucrânia”, frisou.
Em seguida, Putin falou sobre as alusões de alguns participantes da cúpula a respeito da possibilidade da Ucrânia ser aceita como membro pleno da aliança militar. “Tenho certeza de que isso não aumentará a segurança da Ucrânia. No geral, tornará o mundo mais vulnerável, criando tensões adicionais no cenário internacional”, acrescentou o líder russo.
Putin também disse que a Ucrânia, como todo país, tem o direito de garantir sua segurança e de buscar esse objetivo da forma que achar mais correta. Só há uma restrição, segundo ele: “essa forma não pode colocar em risco a segurança de outros países, porque a Rússia também tem a condição obrigatória de garantir a sua”.
Durante o evento na Lituânia, o secretário geral da Otan, o norueguês Jens Stoltenberg, fechou as portas para uma adesão da Ucrânia “neste momento”, mas disse que ela acontecerá no futuro, apesar de não prometer uma data exata. Também afirmou que o processo de aceitação será simplificado no caso ucraniano, para agilizar a sua conclusão.
TASS
Putin alertou aliados da Ucrânia que adesão do país à Otan tornaria o cenário internacional mais tenso
Novo projeto
A cúpula da Otan não foi o único tema da coletiva de Putin. O presidente russo também revelou alguns detalhes de um projeto para o desenvolvimento de novas plataformas domésticas que trabalhariam com tecnologias de comunicação quântica.
Segundo o líder russo, a iniciativa busca criar uma “economia de dados” no país até o ano de 2030.
“Vamos começar a desenvolver, dentro de um ano, um novo projeto nacional para criação de uma economia de dados, baseada em inteligência artificial e em projetos de alta tecnologia, incluindo o desenvolvimento de tecnologias quânticas. Precisamos construir um mecanismo para implementação dessas novas plataformas, que devem abranger todas as etapas e níveis de trabalho”, explicou Putin.
O mandatário reforçou a prioridade do projeto, ao classificá-lo como “criticamente necessário”, e acrescentou que ele também incluirá iniciativas em campos como a robótica, o desenvolvimento de veículos não tripulados e de automação de ambientes urbanos.
“A presença de instrumentos nacionais nesses setores garante a soberania dos dados, reduz significativamente a dependência de fornecedores estrangeiros e aumenta o controle sobre a infraestrutura crítica. Avançar em todas essas áreas é uma meta que o país precisa alcançar, para produzir uma transformação sistemática de todos os setores da economia, da esfera social, da administração pública e da qualidade de vida das pessoas em todo o nosso território”, concluiu Putin.