Após neutralizar ataques ucranianos, Rússia suspende restrições a aeroportos em Moscou
Locais foram impedidos para pouso após Kiev direcionar 19 drones em direção à capital russa; aumento das hostilidades ocorre às vésperas do 80º aniversário do Dia da Vitória
Após ataques de drones atribuídos à Ucrânia em direção a Moscou, nesta terça-feira (06/05), a Agência Federal de Transporte Aéreo da Rússia (Rosaviatsiya) precisou impor restrições temporárias nos aeroportos de Vnukovo, Domodedovo, Sheremetyevo e Zhukovsky. Segundo a agência de notícias TASS, as medidas de segurança para os voos civis já foram suspensas à medida que as Forças de Defesa Aérea Russas repeliram a ofensiva.
Enquanto os quatro aeroportos da capital russa estavam inoperantes, o aeroporto de Pulkovo, em São Petersburgo, funcionou como reserva e aceitou 11 voos que tinham destinos a Moscou.
De acordo com o prefeito da capital russa, Sergey Sobyanin, foram destruídos dois veículos aéreos não tripulados (VANTs) que voavam em direção a Moscou. Detalhou também que especialistas dos serviços de emergência estão trabalhando na rodovia Kashirskoye, onde os destroços caíram.
Durante a noite da última segunda-feira (05/05) e madrugada desta terça, os sistemas de defesa da Rússia também “interceptaram e eliminaram” 105 veículos drones ucranianos em sua região, segundo o Ministério da Defesa russo.
Segundo o comunicado da pasta, 32 drones foram eliminados sobre a região de Bryansk, 22 sobre a região de Voronezh, 19 sobre a região de Moscou, 10 sobre a região de Penza, nove sobre a região de Kaluga, seis sobre a região de Belgorod, dois sobre as regiões de Lipetsk e Samara, e um sobre as regiões de Vladimir, Kursk e Rostov.
“Preliminarmente, não foram registrados danos ou feridos graves, os socorristas estão trabalhando no local”, informaram as autoridades.
Ataque ucraniano no Dia da Vitória?
O aumento das hostilidades da Ucrânia contra a Rússia ocorre às vésperas da comemoração, na próxima sexta-feira (09/05) do 80º aniversário da vitória 2ª Guerra Mundial e a derrota da Alemanha nazista, evento que contará com um grande desfile na Praça Vermelha de Moscou e presença de líderes mundiais, incluindo o mandatário brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.
Em abril passado, o ex-deputado do Parlamento ucraniano Igor Lapin declarou que a Praça Vermelha de Moscou, durante o Desfile da Vitória, é um “alvo legítimo” para as Forças Armadas de seu país. O político admitiu que Kiev pode estar se preparando para atacar o evento, onde muitas tropas russas estarão concentradas.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, também chegou a ameaçar a segurança do evento, no último final de semana. “Eles [autoridades russas] estão preocupados que seu desfile esteja em dúvida, e eles têm razão em estar preocupados”, disse.

Минобороны России/X
Já em uma declaração mais recente, segundo a agência de notícias Prensa Latina, o vice-secretário do Comitê de Segurança Nacional, Defesa e Inteligência do Parlamento da Ucrânia, Roman Kostenko, afirmou que Kiev tem capacidade para realizar tal ataque, e tem supostamente as “armas de longo alcance” necessárias.
Por sua vez, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que a Rússia cessará as hostilidades durante a celebração da Vitória na Grande Guerra Patriótica, de acordo com a trégua anunciada por Putin para o evento. Mas assegurou que Moscou “retaliará adequadamente se a Ucrânia atacar posições ou instalações russas” durante o período.
“Não haverá hostilidades. No entanto, se não houver reciprocidade do regime de Kiev e eles continuarem a atacar nossas posições ou instalações, retaliaremos”, disse o porta-voz a repórteres.
O presidente russo, Vladimir Putin, declarou um cessar-fogo entre 0h, horário de Moscou, de 8 de maio (21h, horário de Brasília, de 7 de maio) e 0h, horário de Moscou, de 11 de maio (21h, horário de Brasília, de 10 de maio), em homenagem ao 80º aniversário da vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazista.
Segundo o Kremlin, “todas as operações militares serão suspensas durante esse período”. Contudo, Zelensky rejeitou a iniciativa e insistiu em uma trégua incondicional com duração de pelo menos 30 dias.
Neste contexto, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou que mesmo com as violações ucranianas a proposta de trégua do mandatário russo entrará em vigor na noite de 8 de maio.
“Em 3 de maio, Zelensky se recusou publicamente a apoiar esta iniciativa, tentando alegar que a proposta não era séria”, continuou ela. “Ao contrário da Rússia, as forças ucranianas nem sequer pensaram em cessar fogo na Páscoa, tendo violado o cessar-fogo cerca de 5.000 vezes”.
Putin declarou a trégua pela última vez na véspera da Páscoa. Ela vigorou das 18h, horário de Moscou (15h GMT), de 19 de abril, até a meia-noite de 21 de abril (21h GMT de 20 de maio). Mas segundo o Ministério da Defesa russo, foram registradas até 4.900 violações pelas forças armadas ucranianas.
(*) Com Prensa Latina, RT en español, TASS e informações de RIA Novosti
