O governo de Joe Biden anunciou neste domingo (17/11) que autorizou as forças militares da Ucrânia a utilizar mísseis de longo alcance fornecidos pelos Estados Unidos na guerra contra a Rússia. A informação foi veiculada pelo jornal New York Times.
Segundo o NYT, a decisão “representa uma grande mudança na política norte-americana”. No entanto, autoridades do país disseram que “não esperam” que tal medida “altere fundamentalmente o curso” do conflito entre Moscou e Kiev.
A mudança de postura da Casa Branca ocorre devido ao suposto envio de militares da Coreia do Norte para lutarem ao lado dos russos. O diário afirmou que os Estados Unidos pretendem “enviar uma mensagem aos norte-coreanos de que suas forças são vulneráveis e que não devem enviar mais”.
O uso de tais armamentos, ainda de acordo com o jornal, deve começar contra as tropas russas na região de Kursk. Esses mísseis têm alcance de até 306 quilômetros.
A medida da Casa Branca ocorre a dois meses da posse do presidente eleito Donald Trump, que tem adotado uma postura crítica em relação ao apoio militar e financeiro dos EUA à Ucrânia e prometeu encerrar a guerra rapidamente, sem, contudo, detalhar sua estratégia. Resta saber se o republicano manterá ou reverterá essa política ao assumir o cargo em 20 de janeiro.
Algumas autoridades dos EUA alertaram que o uso de mísseis pela Ucrânia “poderia levar o presidente russo, Vladimir Putin, a retaliar com força contra os Estados Unidos e seus parceiros de coalizão”. No entanto, há aqueles que “acham que esses medos são exagerados”.
Vale lembrar que a Ucrânia estava impedida de utilizar esse tipo de arma norte-americana até este momento. O míssil de longo alcance era vetado na guerra, pois Moscou considera que o uso mudaria o cenário do conflito, prometendo respostas caso fossem utilizados.
A decisão ocorre em um momento em que as forças russas têm feito avanços substanciais no conflito, colocando pressão sobre Kiev. Autoridades próximas ao governo ucraniano destacaram que a primeira ofensiva de longo alcance está prevista para os próximos dias, embora detalhes precisos não tenham sido divulgados por razões de segurança operacional.
De acordo com a agência de notícias russa Tass, para parlamentares do país, a permissão da Casa Branca para que Kiev utilize dentro da Rússia as armas norte-americanas abre uma frente sem precedentes, podendo levar a guerra para um conflito maior e que a resposta seria imediata.
Moscou ainda não confirmou oficialmente a presença de tropas norte-coreanas na linha de frente do conflito. Putin afirmou que a aliança defensiva entre os países é uma questão interna e de soberania entre Rússia e Coreia do Norte.
(*) Com Brasil 247 e RT Español.