Os Ministérios de Relações Exteriores do Brasil e da China enviaram convites a representantes de 19 países para que participem de uma reunião em Nova York onde será apresentada em detalhes a proposta sino-brasileira para buscar um acordo de paz no conflito entre Rússia e Ucrânia.
A informação foi publicada neste sábado (21/09) pelo jornal Folha de São Paulo, em matéria do jornalista Ricardo Della Coletta e se refere a uma oferta de diálogo apresentada em maior passado, que foi construída em conjunto pelo chanceler chinês Wang Yi e pelo assessor especial da Presidência do Brasil para assuntos internacionais, Celso Amorim.
O texto da Folha ressalta que os 19 países convidados formam parte do chamado Sul Global, nações em desenvolvimento que antagonizam de alguma forma com o Ocidente, que congrega os países desenvolvidos.
Formam parte da lista de convidados África do Sul, Arábia Saudita, Argélia, Azerbaijão, Bolívia, Cazaquistão, Colômbia, Egito, Etiópia, Emirados Árabes, Indonésia, Malásia, México, Nigéria, Quênia, Senegal, Tailândia, Vietnã e Zâmbia.
Até o momento, não foram confirmadas as presenças de representantes da Rússia e da Ucrânia, os dois países diretamente envolvidos na guerra. Tampouco há a presença de países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), principal aliado militar de Kiev.
O plano de paz sino-brasileiro é baseado em seis pontos, entre os quais se destaca a criação de uma conferência internacional que seja reconhecida por ambas as partes, com participação igualitária de autoridades russas e ucranianas, além de delegados de países mediadores – entre os quais estariam chineses e brasileiros, mas não somente.
O texto acrescenta a necessidade de estabelecer zonas de segurança nas fronteiras entre os países e mecanismos capazes de proteger civis e regiões densamente habitadas, além de evitar ataques a infraestruturas básicas. Também defende um acordo para o intercâmbio de prisioneiros de guerra.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky tem criticado duramente a oferta apresentada por Brasil e China, alegando que se trata de uma posição “pró-Rússia”.
O encontro para a apresentação da proposta está programado para a próxima sexta-feira (27/09), durante a 79ª Assembleia Geral da ONU, evento que terá início na terça-feira (24/09) e cujo discurso inaugural é feito tradicionalmente pelo presidente do Brasil – será a décima vez que essa tarefa será realizada por Luiz Inácio Lula da Silva.