Sexta-feira, 16 de maio de 2025
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O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, declarou nesta terça-feira (18/06) que a Otan deve parar de “transferir a culpa” e fazer “algo prático para uma solução política do conflito” entre a Rússia e a Ucrânia.

A declaração da chancelaria chinesa foi uma reação à fala do secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, na última segunda-feira (17/06), que disse em uma entrevista à emissora britânica BBC que se a China não mudar a sua política em relação à guerra entre Rússia e a Ucrânia, “terá de enfrentar as consequências”.

Em particular, Stoltenberg ameaçou a China com a aplicação de sanções econômicas em resposta ao fato de Pequim “partilhar muitas tecnologias, como a microelectrônica, que são fundamentais para a Rússia na criação dos mísseis e armas que utiliza contra a Ucrânia”.

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Em resposta, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China criticou o líder da aliança militar ocidental por “caluniar e atacar a China”.

“Aconselhamos as partes relevantes [Otan] a parar de transferir culpas e de semear a discórdia, a não colocar lenha na fogueira e a não incitar o confronto entre os campos, mas fazer algo prático para uma solução política para a crise”, disse Lin Jian.

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O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, declarou que a Otan deve parar de “transferir a culpa” e fazer “algo prático para uma solução política do conflito” entre a Rússia e a Ucrânia

De acordo com o porta-voz chinês, a Otan deveria repensar as suas ações no quadro do conflito na Ucrânia e não realizar “ataques caluniosos arbitrários” contra a China. Ele destacou que a comunidade internacional tem uma opinião própria sobre o papel do bloco na crise ucraniana, afirmando que a Otan é um “produto da Guerra Fria” e o maior grupo militar do mundo. O diplomata acrescentou que Pequim “sempre esteve comprometida com a paz e as negociações”.

A China não participou na Cúpula de Paz sobre a guerra da Ucrânia, realizada na Suíça no último fim de semana. A Rússia não foi convidada para a conferência. Com isso, Pequim alegou que não via sentido em um debate sobre o conflito sem a presença de Moscou.