Sexta-feira, 14 de novembro de 2025
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A Comissão Europeia propôs nesta sexta-feira (19/09) a adoção de um 19º pacote de sanções contra a Rússia, que visam principalmente o setor energético. As medidas só entrarão em vigor após a aprovação dos 27 países do bloco e têm como objetivo acelerar a independência europeia dos hidrocarbonetos russos, como vêm sugerindo os Estados Unidos nas discussões com os europeus sobre o conflito na Ucrânia.

Após uma conversa com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que pediu aos europeus que impusessem tarifas à China e parassem de comprar petróleo russo, a presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen prometeu adotar “medidas adicionais” contra Moscou, em um “esforço conjunto” com os EUA.

Trump já havia afirmado estar disposto a aplicar novas sanções contra a Rússia, desde que os europeus interrompessem o comércio de hidrocarbonetos com o país. A venda do produto representa uma das principais fontes de financiamento da guerra contra a Ucrânia, que começou em 2022. 

A União Europeia, que aprovou o último pacote de sanções contra a Rússia em 18 de julho, já havia previsto novas medidas envolvendo a compra de hidrocarbonetos russos e circuitos financeiros, como criptomoedas, além de bancos na Rússia e na Ásia Central.

A Comissão Europeia também propôs nesta sexta que a UE pare de importar gás natural liquefeito (GNL) russo mais cedo do que o previsto. “Nosso objetivo é acelerar a eliminação progressiva do gás natural liquefeito russo até 1º de janeiro de 2027”, escreveu a chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, na rede X.

“Moscou acha que pode continuar sua guerra. Estamos garantindo que ela pague o preço por isso. Hoje, apresentamos nosso 19º pacote de sanções. Cada sanção reduz a capacidade do Kremlin de empreender a guerra. Não vamos parar de pressionar a Rússia até que ela encerre o conflito”, escreveu Kallas em outra postagem.

Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen
Christophe Licoppe / European Union, 2024

UE busca manter EUA como aliado 

Os europeus estão determinados a manter os Estados Unidos como aliado em seus esforços para apoiar a Ucrânia. O bloco teme que Trump tenha uma “desculpa” para não tomar nenhuma atitude contra a Rússia caso a UE não coloque as medidas em prática rapidamente, segundo diplomatas. 

A UE encerrou as importações de petróleo russo em 2022. Apenas Hungria e Eslováquia estão isentas da regra, por dependerem do petróleo bruto do país. Em 2024, a Rússia ainda fornecia 19% do gás consumido pela UE, quase metade na forma de GNL, o que gera centenas de milhões de euros em receitas para Moscou. 

Em junho do ano passado, a Comissão Europeia propôs acabar definitivamente com essa dependência até o fim de 2027 e uma das propostas analisadas seria a aceleração do cronograma relacionado ao gás liquefeito. 

Von der Leyen também afirmou nesta semana que proporia sanções adicionais contra bancos e empresas de países terceiros, como China e Índia, que ajudam a Rússia a contornar as sanções ocidentais ou a vender seu petróleo. Trump também sugeriu aos europeus que considerem aumentos nas tarifas alfandegárias contra a China, para pressionar o país a reduzir seu apoio a Moscou.