Quarta-feira, 11 de junho de 2025
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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, informou nesta segunda-feira (12/05) que realizou seu primeiro telefonema com o papa Leão 14 e convidou o novo líder da Igreja Católica para visitar seu país, em guerra com a Rússia desde fevereiro de 2022, durante seu primeiro telefonema com o novo líder da Igreja Católica.

“Falei com o papa Leão XIV. Esta foi a nossa primeira conversa, mas já foi muito calorosa e verdadeiramente significativa”, relatou o líder ucraniano em uma publicação no Telegram.

Zelensky explicou ainda que convidou “Sua Santidade para uma visita apostólica à Ucrânia, uma visita que traria verdadeira esperança a todos os fiéis, a todo o povo” ucraniano.

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No comunicado, o chefe de Estado reforçou que aprecia “profundamente as palavras” do Leão 14 sobre “a necessidade de alcançar uma paz justa e duradoura” para o território ucraniano.

Também confirmou a sua “prontidão para novas negociações em qualquer formato, incluindo diretas”, com o governo do presidente russo, Vladimir Putin.

“A Ucrânia quer acabar com esta guerra e está fazendo todo o possível para isso. Esperamos que a Rússia tome as medidas apropriadas. Concordamos em manter contato e organizar um encontro pessoal em um futuro próximo”, concluiu o presidente ucraniano ao pontífice.

Turquia diz estar “pronta” para mediação

No último domingo (11/05), Putin propôs retomar conversas diretas com a Ucrânia para encerrar o conflito que já se estende há mais de 3 anos, em um encontro que pode ocorrer na Turquia, na próxima quinta-feira (15/05).

A oferta foi feita após líderes europeus – o presidente francês, Emmanuel Macron, o novo chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, o primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, e o premiê do Reino Unido, Kier Starmer – ameaçarem impor novas sanções contra a Rússia caso ele não aceite um cessar-fogo por 30 dias.

Putin, porém, definiu como “grosseiros” os “ultimatos” lançados por Kiev e pelos líderes dos países “dispostos”. “Eles ainda estão tentando, como vemos até agora, falar conosco de maneira grosseira e com a ajuda de ultimatos”, disse o presidente em declaração à imprensa, relatada pela agência Ria Novosti.

O líder russo acusou Kiev de ter rejeitado várias propostas de cessar-fogo, incluindo a mais recente, de três dias, que expirou na meia-noite do domingo. “Apesar de tudo, propomos às autoridades de Kiev que retomem as negociações que interromperam em 2022, conversas diretas e sem pré-condições”, afirmou Putin, sugerindo “iniciá-las sem demora na próxima quinta-feira (15/05), em Istambul, onde ocorreram anteriormente e onde foram interrompidas”.

Zelensky convidou papa Leão 14 para visitar a Ucrânia
Volodymyr Zelenskyy/X

Também nesta segunda-feira (12/05), o Ministro das Relações Exteriores turco, Hakan Fidan, comentou a proposta de Putin sobre o início das negociações em Istambul: “Nosso presidente [Recep Tayyip Erdoğan] e todos nós estamos prontos para fazer qualquer contribuição para a paz, especialmente como mediadores e nação anfitriã”.

“Apelamos às partes para que não percam tempo e se reúnam para chegar a um acordo sobre um cessar-fogo, apesar da situação atual. Esperamos que isso finalmente aconteça e estamos trabalhando para isso”, declarou o ministro, que classificou a proposta de Putin como “relevante”.

Fidan explicou que diante da proposta russa e da contraproposta ucraniana para iniciar as negociações, a Turquia acredita que ambos os países “chegarão a um acordo e se reunirão nos próximos dias”.

A Ucrânia exige um cessar-fogo antes de qualquer negociação e a Rússia insiste que as negociações sejam realizadas primeiro.

OTAN também estará na Turquia

No mesmo dia em que está previsto o início das negociações entre Moscou e Kiev em Istambul, também estará na Turquia o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Mark Rutte.

A viagem de Rutter à Turquia iniciará na próxima terça-feira (13/05) para uma reunião informal de ministros das Relações Exteriores da OTAN antes de uma reunião da organização militar em Antália, que será realizada entre a próxima quarta (14/05) e quinta-feira (15/05).

A autoridade da OTAN se encontrará com o presidente turco, Erdogan, e não ocorrerá nenhuma coletiva de imprensa, segundo um comunicado da organização.

Anteriormente, uma fonte da aliança relatou que a reunião dos ministros das Relações Exteriores da OTAN na Turquia “coincidiu acidentalmente” com as possíveis negociações sobre a Ucrânia. Contudo, o bloco do Atlântico Norte pode tentar usá-la para fornecer consultas de apoio à Ucrânia.

De todo modo, não é esperado que representantes da Ucrânia encontrem-se com Rutte ou autoridades da OTAN participem das negociações para o fim da guerra.

(*) Com Ansa, Prensa Latina e TASS