Atualização às 17h33
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, considerou a Mongólia um aliado “muito leal e confiável da União Soviética e da Rússia” e ressaltou que as relações com o país asiático “estão se desenvolvendo com sucesso em todas as direções”.
“É gratificante notar que as relações entre nossos países e povos são tradicionalmente amigáveis e atingiram o nível de uma parceria estratégica abrangente”, afirmou o líder do Kremlin, de acordo com a agência russa TASS.
Em visita de Estado à Mongólia nesta terça-feira (03/09), Putin foi recebido com tapete vermelho na capital Ulan Bator por seu homólogo mongol Ukhnaagiin Khurelsukh. O encontro entre as autoridades tem como objetivo avaliar as perspectivas de desenvolvimento das relações bilaterais num contexto de tensões internacionais e regionais. Vários documentos devem ser assinados ainda nesta terça-feira.
“As relações com a Mongólia estão entre as prioridades de nossa política externa na Ásia. Eles foram levados a um alto nível de parceria estratégica abrangente”, destacou Putin ao líder mongol.
Por sua vez, o presidente Khurelsukh disse esperar que a visita ao seu país, que depende da Rússia para 95% de seus produtos petrolíferos, impulsione o comércio e a cooperação econômica entre ambos.
A viagem de Putin foi criticada pelo governo da Ucrânia como um “golpe contra a justiça”, uma vez que o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu um mandado de prisão contra o chefe de Estado, em março de 2023, obrigando os 124 Estados-membros do órgão, incluindo a Mongólia, a prender o presidente russo e transferi-lo para Haia em caso de ingresso em seus respectivos territórios.
Até agora, Putin não havia se deslocado aos países membros do TPI desde a emissão de detenção. Recentemente, o líder russo visitou a Coreia do Norte e o Vietnã, e também esteve na China duas vezes no ano passado.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que Moscou não se preocupa com qualquer ação relativa ao mandado, uma vez que a Rússia teve um “ótimo diálogo” com a Mongólia e todos os aspectos da visita foram discutidos com antecedência.
Contudo, a Ucrânia ameaçou a Mongólia com “consequências” por não prender Putin e entregá-lo ao TPI. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores ucraniano, Georgui Tijiy, declarou que o governo mongol “fracassou” e realizou um “duro golpe para o TPI e para o sistema de justiça criminal internacional”.
Além disso, garantiu que Kiev “trabalhará com os seus parceiros” para garantir que isto tenha “consequências” para Ulan Bator.
(*) Com RFI e RT en español