Enviado de Trump sugere divisão da Ucrânia para alcançar paz
Keith Kellogg comparou solução com a Alemanha pós-Segunda Guerra Mundial, mas disse que 'não estava se referindo a uma partição' do país
O enviado especial do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Keith Kellogg, sugeriu que a Ucrânia seja divida para alcançar a paz no leste europeu, comparando a solução com a Alemanha durante o período pós-Segunda Guerra Mundial.
Ao jornal britânico The Times, divulgada neste sábado (12/04), Kellogg mencionou que tropas britânicas e francesas poderiam estabelecer zonas de controle no oeste ucraniano como parte de uma “força de garantia”, com militares russos marcando presença no leste ocupado.
“Quase poderia fazer lembrar o que aconteceu com Berlim após a Segunda Guerra Mundial, quando havia uma zona russa, uma francesa, uma britânica e uma norte-americana”, declarou o general, figura de liderança nos esforços dos EUA para acabar com a guerra na Ucrânia.
Kellogg também avaliou que a presença de militares franceses e britânicos a oeste do rio Dnipro, que corta o território ucraniano de norte a sul e atravessa Kiev, “não seria nada provocativa” para Moscou. O enviado acrescentou que a Ucrânia é grande o suficiente para abrigar vários Exércitos tentando impor um cessar-fogo.
Após as críticas recebidas, Kellogg escreveu em suas redes sociais que “não estava se referindo a uma partição da Ucrânia”.
“O artigo do Times deturpa o que eu disse. Eu estava falando sobre uma força de resiliência pós-cessar-fogo para apoiar a soberania da Ucrânia. Em discussões sobre a partição, eu estava me referindo a áreas ou zonas de responsabilidade de uma força aliada”, afirmou.
Reunião com Putin
No dia anterior, na sexta-feira (11/04), o também enviado especial do presidente dos EUA, Steve Witkoff, se reuniu com o líder russo russo, Vladimir Putin, para discutir a resolução da guerra ucraniana. O encontro aconteceu em São Petersburgo e durou mais de 4h.
Porém, após o encontro, não foram fornecidos detalhes sobre os resultados das negociações. Foi a terceira viagem de Steve Witkoff à Rússia nos últimos dois meses.
Anteriormente, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, havia informado que a reunião entre o enviado de Trump e o presidente russo serviria para discutir os “aspectos do acordo ucraniano“, mas antecipou que a atual visita de Whitkoff à Rússia “não pode ser chamada de fatídica” e que nenhum avanço significativo deveria ser esperado da reunião.
Já Trump, antes da reunião do seu emissário, fez um breve comentário sobre a guerra da Ucrânia em suas redes sociais, afirmando que “a Rússia precisa se mexer” para acabar com o conflito.
(*) Com Ansa e Brasil de Fato.
