O presidente dos EUA, Joe Biden, aprovou nesta quarta-feira (20/11) o fornecimento de minas terrestres à Ucrânia para serem usadas contra a Rússia no conflito. De acordo com a Casa Branca, o objetivas destas minas, também chamadas de minas antipessoais, é que Kiev consiga conter o avanço das tropas russas no campo de batalha.
O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, disse que a decisão de enviar minas terrestres foi tomada diante da necessidade imposta pelas novas táticas dos militares russos na linha de frente.
“Eles não estão mais atacando com forças mecanizadas. Eles operam com a ajuda da infantaria, que é capaz de subir e abrir caminho para tropas mecanizadas”, disse Austin aos repórteres nesta quarta-feira (20/11).
A particularidade das chamadas minas antipessoais é que elas são feitas para atingir várias pessoas que estiverem perto do artefato após a explosão, sendo equipadas com um dispositivo de autodestruição ou autodesativação.
“As minas terrestres que forneceremos a eles são do tipo que não são persistentes, que podemos controlar quando elas se autoativariam e se autodetonariam, e isso as torna muito mais seguras”, informou disse o secretário de Defesa dos EUA.
Anteriormente, os EUA não tinham dado autorização para a utilização de minas antipessoais devido ao risco que tais artefatos podem causar para os civis.
De acordo com um relatório da ONU, publicado em novembro de 2023, a Rússia “fez uso extensivo” de minas antipessoais desde o início da guerra em fevereiro de 2022. No entanto, a organização também identificou o uso deste armamento por parte de Kiev “dentro e ao redor da cidade de Izyum em 2022, enquanto a cidade estava sob controle russo, em violação do tratado”.
Estados Unidos e Rússia, não são signatários da convenção sobre a proibição de minas. Já a Ucrânia é parte do tratado.
O fornecimento de minas terrestres surge em meio à notícia de que os EUA, depois de meses de espera por Kiev, autorizaram a Ucrânia a atacar a Rússia com mísseis estadunidenses de longo alcance. Moscou classificou a decisão como uma “nova rodada de tensão”.
O Ministério da Defesa russo confirmou na noite de terça-feira (19/11) que as Forças Armadas Ucranianas lançaram um ataque com seis mísseis balísticos ATACMS contra uma instalação na região de Bryansk.
Embaixada dos EUA em Kiev fecha por risco de ‘ataque em grande escala’
Os EUA informaram que a embaixada do país em Kiev suspenderia os trabalhos nesta quarta-feira (20/11) devido a “informações recebidas sobre a ameaça de um ataque aéreo em grande escala da Rússia em 20 de novembro”.
“Como medida de precaução, a embaixada será fechada e os seus funcionários serão instruídos a permanecer sob abrigo”, diz o comunicado do Departamento de Estado dos EUA.
As embaixadas da Itália e Grécia também seguiram a decisão estadunidense e anunciaram que iriam cessar temporariamente o trabalho devido ao “aumento do risco de ataques aéreos” em Kiev.