O governo de Joe Biden, dos Estados Unidos, anunciou nesta segunda-feira (30/12) o envio de mais US$ 5,9 bilhões adicionais de apoio à Ucrânia. Serão US$ 3,4 bilhões em ajudas orçamentárias, destinadas, segundo Washington, sobretudo aos gastos do governo de Kiev com serviços públicos. Outros 2,5 bilhões serão ajudas para a segurança do país.
Os recursos extraordinários elevam o total de ajudas orçamentárias norte-americanas à Ucrânia para pouco mais de US$ 30 bilhões desde o início da guerra, em fevereiro de 2022. Segundo os EUA, a maior parte desses recursos são destinados a manter o funcionamento do governo, pagando salários a funcionários públicos.
O anúncio das ajudas orçamentárias foi feito, segunda-feira, pela secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen. Mais cedo, o presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou outros US$ 2,5 bilhões adicionais em assistência de segurança para a Ucrânia, item separado da ajuda orçamentária direta.
Nos 34 meses que dura a guerra com a Rússia, os EUA já destinaram um total de US$ 175 bilhões em assistência à Ucrânia.
Verbas liberadas no apagar das luzes
Yellen informou em comunicado que a assistência orçamentária direta marcou o desembolso final feito sob a Lei de Dotações Suplementares de Segurança da Ucrânia de 2024. Essa assistência orçamentária direta é feita em coordenação entre o Departamento de Estado e a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional.
No apagar das luzes de seu governo, o presidente Joe Biden se apressa em garantir apoio à Ucrânia antes do fim do seu mandato, dia 20 de janeiro. Isso porque seu sucessor, o republicano Donald Trump, critica publicamente essa ajuda militar e prometeu acabar com a guerra nas primeiras 24 horas de seu mandato.
Republicanos poderão acabar com as ajudas
Além disso, como informa a Reuters, vários deputados e senadores republicanos – que serão maioria nas duas casas a partir do mês que vêm – também começam a se mostrar reticentes com relação ao envio de mais ajuda à Ucrânia.
Trump pretende pressionar para que a Ucrânia faça um acordo com a Rússia para acabar com a guerra. A ideia, porém, não agrada ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, porque ele considera que as exigências do presidente russo, Vladimir Putin, comprometeriam as aspirações da Ucrânia de ingressar na União Europeia e na Organização do Tratado do Atlântico Norte, a OTAN.
Já o governo Biden considera essencial manter a ajuda econômica à Ucrânia e continuar a pressionar Moscou com sanções, para que o governo de Kiev possa manter seus serviços governamentais e defender sua soberania. “O sucesso da Ucrânia é do interesse nacional central dos Estados Unidos, não podemos recuar neste esforço”, disse Yellen.
Biden pede para acelerar entrega de armas
Na quarta-feira (25/12), o presidente Biden disse que pediu ao Departamento de Defesa para continuar aumentando a entrega de armas para a Ucrânia. Ele disse isso depois de condenar o ataque russo ao sistema elétrico ucraniano em várias cidades.
O financiamento mais recente foi feito sobre e US$ 20 bilhões que o Tesouro transferiu, no início de dezembro, para um fundo intermediário do Banco Mundial para a Ucrânia. Trata-se de uma parcela do empréstimo de US$ 50 bilhões que o Grupo dos Sete (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) decidiu fazer para a Ucrânia. O empréstimo é apoiado pelos lucros gerados pelos ativos soberanos russos que foram congelados.