A declaração final da cúpula do G7 tem foco nos dois conflitos mundiais mais proeminentes atualmente, a guerra na Ucrânia e o massacre de Israel na Faixa de Gaza. No entanto, enquanto os líderes das sete maiores economias do mundo rejeitam a invasão em Rafah, cidade no sul do enclave palestino, também ofereceram mais U$50 bilhões para a Ucrânia.
O fim da reunião realizada em Borgo Egnazia, na região da Puglia, sul da Itália gerou um documento de 36 páginas publicado no site da presidência italiana do grupo.
The #G7 Leaders, gathered in Borgo Egnazia, adopted the Apulia G7 Leaders’ Communiqué #G7Italy
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A respeito do conflito no Oriente Médio, o grupo expressou “profunda preocupação” com as “consequências na população civil de operações terrestres” de Israel em Rafah, que abriga centenas de milhares de deslocados de outras regiões do enclave.
O documento conclusivo diz que uma “ofensiva militar em vasta escala teria novas consequências desastrosas para os civis”: “Pedimos ao governo de Israel que se abstenha de tal ofensiva”.
Por sua vez, o texto também reafirma o apoio à Ucrânia na guerra contra a Rússia, formalizando o empréstimo de US$50 bilhões garantido pelos lucros dos ativos russos congelados por sanções.
“Nós reafirmamos nosso inabalável apoio à Ucrânia por quanto tempo for necessário. Com parceiros internacionais estamos determinados a continuar fornecendo apoio militar, orçamentário, humanitário e de reconstrução para a Ucrânia e seu povo”, dizem os líderes.
Com a presença inédita do papa Francisco na reunião, e sob a presidência da premiê da Itália, Giorgia Meloni, de extrema direita, a declaração não se aprofundou sobre os direitos da população LGBT+ e nem menciona o direito ao aborto.
“Reafirmamos nosso compromisso em atingir equidade de gênero e o empoderamento feminino em toda a sua diversidade. Expressamos nossa forte preocupação pelo retrocesso dos direitos de mulheres, garotas e pessoas LGBTQIA+ pelo mundo, e condenamos fortemente todas as violações de seus direitos humanos e liberdades fundamentais”, registra o documento.
Na cúpula do G7, em Hiroshima, em 2023, o grupo shavia se comprometido a trabalhar para “assegurar participação plena, igualitária e significativa de pessoas LGBTQIA+ na política, economia, educação e em outras esferas da sociedade”. No entanto, a versão não passou pela aprovação da premiê conservadora.
Os membros também aprovaram o lançamento de uma coalizão para combater o “tráfico de migrantes”. O compromisso era uma bandeira de Meloni, eleita com a promessa de frear os fluxos migratórios no Mar Mediterrâneo. Nessa pauta, Meloni entrou em embate com organizações de direitos humanos que resgatam deslocados em alto mar, impedindo que as entidades atuem de forma livre.
“Vamos nos concentrar nas causas profundas da migração irregular, nos esforços para melhorar a gestão das fronteiras e frear a criminalidade organizada transnacional e nos percursos seguros e regulares para a migração”, diz o texto.
A declaração ainda cita esforços em questões como: mitigar os efeitos da crise climática; colaborar para colher os benefícios e gerir os riscos da inteligência artificial; promover resiliência econômica; proteger a segurança alimentar global; apoiar países da África em soluções de energia e infraestrutura; e promover ações para permitir que países atinjam seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs).
(*) Com Ansa