O governo da Rússia alertou nesta quinta-feira (23/01) os países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) que, caso a aliança envie tropas para a Ucrânia, o conflito se poderia se ampliar em “níveis incontroláveis”.
A declaração de Maria Zakharova, pela porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, ocorreu pouco após o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, pedir que os Estados Unidos continuem fornecendo armas à Ucrânia.
“Se o governo Trump estiver disposto a continuar abastecendo a Ucrânia com sua base industrial de defesa, os europeus pagarão a conta. Estou absolutamente convencido disso porque uma vitória russa minaria a força de dissuasão da maior aliança militar do mundo e restaurar sua credibilidade poderia custar bilhões”, disse Rutte no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.
Na quarta-feira (22/01), Trump também cogitou impor novas tarifas e sanções econômicas contra Moscou caso o país não acabasse com “esta guerra ridícula”, chegando a um acordo com a Ucrânia.
A resposta veio do embaixador russo na Organização das Nações Unidas (ONU), Dmitry Polyanskiy:
“Não é apenas a questão de acabar com a guerra. Trata-se, antes de tudo, de abordar as causas da crise ucraniana. Então, temos que ver o que significa ‘acordo’ no entendimento do presidente Trump”, concluiu o diplomata.

Guerra entre Rússia e Ucrânia já dura quase três anos
Em suas publicações nas redes socias, Trump também disse que “ama o povo russo” e que pressionar pelo acordo “é um grande favor à Rússia, cuja economia está falhando”. E acrescentou que Vladimir Putin teria que “contentar agora e parar com essa guerra ridícula” porque a situação “só vai piorar”.
A Rússia informou na quarta que havia assumido o controle da vila de Zapadne, na região de Kharkiv, nordeste da Ucrânia. Com isso, Putin conquistou uma posição estratégica, enquanto suas tropas se aproximam de Pokrovsk, na região de Donetsk.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, reconheceu que o país enfrenta uma situação difícil no leste.