O porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov, afirmou nesta quarta-feira (24/07) que seu país “sempre mostrou vontade de negociar uma solução pacífica” para o conflito na Ucrânia, mas fez uma ressalva: essa negociação não poderá ser com o atual governo ucraniano, que Moscou considera ilegítimo.
Em coletiva oferecida aos meios locais, Peskov afirmou que o atual presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, perdeu legitimidade ao adiar por tempo indeterminado as eleições presidenciais que estavam programadas para março deste ano.
“O povo ucraniano possui autoridades eleitas, no Parlamento por exemplo, que podem representar os interesses de Kiev”, sugeriu Peskov, ao comentar porque Moscou se nega a conversar com representantes do Executivo da Ucrânia.
As declarações de Peskov aconteceram horas depois de uma entrevista do chanceler ucraniano Dmitry Kuleba durante visita a Pequim, na qual ele disse que seu país quer negociar a paz com a Rússia, desde que o Kremlin aceite “negociar de boa fé”.
“O lado ucraniano está pronto para o diálogo e negociações com o lado russo. É claro que as negociações devem ser razoáveis e substantivas, visando alcançar uma paz justa e duradoura”, frisou Kuleba.