Terça-feira, 13 de maio de 2025
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O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, enfatizou nesta terça-feira (22/04) que, apesar de Moscou e Washington estarem mantendo diálogos a respeito do conflito na Ucrânia, não se pode esperar que a guerra seja solucionada prontamente, por se tratar de uma questão “complexa”.

“Continuamos nossos contatos com os americanos por meio de vários canais. A questão do acordo [ucraniano] é extremamente complexa, é claro, então dificilmente é possível estabelecer alguns prazos rígidos e tentar apressar a resolução do conflito em um prazo mais curto. Isso seria um exercício de futilidade”, disse Peskov à imprensa. “Mas o trabalho [de resolver a crise ucraniana] está realmente em andamento”.

Na segunda-feira (21/04), em pronunciamento à TV estatal russa, o presidente Vladimir Putin indicou estar aberto à perspectiva de negociações diretas com a Ucrânia. O mandatário afirmou que tinha uma “atitude positiva em relação a qualquer iniciativa de paz” e que esperava que Kiev “se sentisse da mesma maneira”.

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O chefe de Estado russo também falou em interromper os ataques a instalações de infraestrutura civil.

“Este é um assunto que requer uma consideração cuidadosa, talvez até em um formato bilateral”, disse.

Gavriil Grigorov/Gabinete de Informação e Imprensa Presidencial da Rússia/TASS
Porta-voz presidencial russo Dmitry Peskov afirma que negociações sobre guerra na Ucrânia não devem ser precipitadas

Peskov observou que a recente trégua de Páscoa de 30 horas, instaurada no sábado (19/04), deve ser analisada como uma experiência para assim concluir a possibilidade de interromper os ataques a instalações civis. O porta-voz do Kremlin ainda esclareceu que o anúncio da cessação de ataques durante a Páscoa reforçava a posição de Putin de estar aberto a negociações.

“Quando o presidente disse que era possível discutir a questão de não atacar alvos civis, inclusive bilateralmente, o presidente tinha em mente negociações e discussões com o lado ucraniano”, disse o porta-voz, citado pela agência de notícias russa Interfax.

A possibilidade de negociações diretas ocorre depois que o governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou se afastar dos esforços para mediar um acordo que solucione a guerra, a menos que haja progresso. Negociadores dos EUA, Ucrânia, Reino Unido e França devem se reunir em Londres na quarta-feira (23/04) para outra rodada de conversações sobre o fim do conflito.