O Kremlin alertou neste sábado (13/07) que a Rússia tem potencial suficiente para responder ao envio de mísseis norte-americanos de longo alcance na Europa e afirmou que os alvos potenciais seriam as capitais europeias.
A informação foi dita por Dmitry Peskov, porta-voz do presidente russo, Vladimir Putin, em uma entrevista à televisão russa, segundo a agência Tass.
Peskov falou de uma situação “paradoxal” em referência aos planos de implantação de mísseis hipersônicos dos Estados Unidos na Alemanha.
“Os Estados Unidos implantaram uma variedade de mísseis de diferentes alcances na Europa, que são tradicionalmente apontados ao nosso país. Como resultado, o nosso país designou locais europeus como alvos para os nossos mísseis”, afirmou ele.
A reação do Kremlin diz respeito a uma medida apresentada na quarta-feira (10/07), durante a cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), realizada em Washington, de instalar mísseis de longo alcance dos Estados Unidos em território europeu.
Moscou já havia comunicado que, por conta da decisão, fará uma “resposta militar à altura” por parte das Forças Armadas do país euroasiático.
Segundo o porta-voz do Kremlin, a Rússia “está na mira dos mísseis norte-americanos estacionados na Europa”. “Já experimentamos isso antes. Temos capacidade de dissuasão suficiente contra esses mísseis. No entanto, as potenciais vítimas são as capitais desses países”, alertou.
O governo Putin também ressaltou nesta semana que a medida pode levar ao um confronto ao estilo da Guerra Fria entre a Rússia e o Ocidente.
“Isso não é motivo para pessimismo, pelo contrário, é motivo para nos unirmos e usarmos todo o nosso enorme potencial para alcançar todos os objetivos que estabelecemos no âmbito da operação militar especial na Ucrânia”, disse o porta-voz.
“Escalada perigosa” da OTAN
Ao criticar mais uma vez a medida, Moscou alertou que o envio de mísseis norte-americanos de longo alcance para a Alemanha constitui uma “escalada perigosa” do conflito.
As declarações de Peskov refletem a tensão gerada após a cúpula da OTAN, cujo comunicado final define o apoio bélico norte-americano no território europeu, uma possível adesão de Kiev à aliança como “irreversível”, e ainda acusa a China de fornecer apoio “material e político” à Rússia.
“Estes mísseis já estão atingindo o nosso território. Trata-se de pura provocação, uma nova e muito perigosa escalada de tensão”, afirmou Peskov.
(*) Com Ansa.