O Kremlin emitiu um comunicado nesta terça-feira (20/08) com uma série de recomendações aos moradores das regiões russas de Bryansk, Kursk e Belgorod em meio a temores de espionagem no âmbito da invasão ucraniana no país. Entre as medidas, o pedido para que os cidadãos evitem usar aplicativos de namoro.
“O uso de serviços de namoro online é altamente desencorajado. O inimigo usa ativamente esses recursos para a coleta secreta de informações”, alertou o Ministério de Assuntos Internos da Rússia.
O governo também recomendou aos cidadãos desligar os sistemas de CFTV (Circuito Fechado de TV) em casas, bem como as câmeras do painel do carro para minimizar o vazamento de informações que podem ser usadas estrategicamente pelo inimigo.
“O inimigo detecta endereços de IP em nossos territórios e se conecta remotamente a câmeras de CFTV não protegidas, conseguindo assim visualizar tudo, desde pátios privados a ruas e estradas de importância estratégica. Se não houver necessidade urgente, é melhor não usar câmeras de CFTV”, explicou o órgão.
Outra orientação é não publicar nas redes sociais vídeos de viagens gravados dentro de carros ou transmissões que captem veículos militares russos, uma vez que se tratam de “materiais significativos para o inimigo”.
Segurança dos militares
As medidas de segurança não se limitam apenas à população civil. O Kremlin também ordenou que as tropas russas removessem todas as tags (marcações) e links de geolocalização nas redes sociais para que a inteligência de Kiev não possa identificar a localização real de suas forças militares, além de pedir a retirada de dados pessoais identificáveis de seus celulares.
O Ministério de Assuntos Internos russo também aconselhou os soldados a não abrirem hiperlinks vindos de estranhos por mensagens via SMS.
Por sua vez, os funcionários das indústrias energética e nuclear foram orientados a remover sua afiliação profissional das redes sociais, evitando que fiquem na mira dos serviços especiais ucranianos.
Incursão em Kursk
Em 6 de agosto, as Forças Armadas da Ucrânia lançaram um ataque massivo, com pelo menos 2 mil combatentes, à região de Kursk, tratando-se da primeira incursão militar em território russo desde a Segunda Guerra Mundial.
Segundo o representante permanente adjunto da Rússia nas Nações Unidas, Dmitri Polianski, a escolha ucraniana de ataque foi “inequívoca a favor da escalada e de novas hostilidades”.
(*) Com Ansa