O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, declarou nesta segunda-feira (01/07) “esperar uma brecha” para discutir um acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia, garantindo que Brasília não participará do conflito e apenas executará papel nas negociações.
Em entrevista à Rádio Princesa, da Bahia, o mandatário também disse que já enviou seu assessor especial para Assuntos Internacionais, o ex-chanceler Celso Amorim, para dialogar com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e o da Rússia, Vladimir Putin.
Lula ainda criticou a guerra, afirmando que ela foi desnecessária e que poderia ter sido evitada por uma atuação mais eficiente do Conselho de Segurança da ONU.
“Essa guerra poderia ter sido resolvida numa mesa de negociação. É por isso que o meu governo até agora está defendendo uma mudança no Conselho de Segurança da ONU, nos membros permanentes, que são Estados Unidos, Rússia, China, Inglaterra e França, os mesmos que estão desde 1945. Não é possível”, disse.
Como solução, o presidente propôs a inclusão de novos países no órgão. “Tem que colocar mais países, mais representatividade da África, da América Latina. A Índia tem que entrar, a Alemanha, o Japão, para que a gente tenha um Conselho de Segurança com força política para tomar decisões e evitar guerras”, defendeu.
Negociações de paz entre Rússia e Ucrânia
Putin disse em junho passado que Moscou cessaria fogo imediatamente e iniciaria negociações com a Ucrânia depois que Kiev retirasse suas tropas dos territórios controlados por Moscou e abandonasse oficialmente seus planos de ingressar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
O mandatário russo ainda descreveu a ambição da Ucrânia em relação à OTAN como uma “ameaça direta à segurança nacional” e insistiu que o status não alinhado de Kiev era extremamente importante para futuros esforços de paz.
No entanto, Zelensky rejeitou a proposta de Moscou, tratando-a como um ultimato. Seu mandato presidencial expirou em 20 de maio, mas ele adiou as eleições.
(*) Com Brasil247 e Sputnik