As Forças Armadas da Rússia anunciaram, nesta quinta-feira (15/08), avanços em sua “operação antiterrorista” instalada para combater a ofensiva ucraniana na região de Kursk. Segundo o Ministério da Defesa de Moscou, o exército assumiu novamente o controle de Krupets, na região atacada por Kiev.
A pasta ainda detalhou que a aviação e a artilharia russas impediram o avanço das tropas ucranianas nas áreas fronteiriças, em Varvarovka, Safonovka, Sheptukhovka, Kauchukha, Alekseevsk e Matveeka.
O ministério russo ainda atualizou o número de perdas do exército ucraniano, informando a baixa de até 2.640 militares, 394 veículos militares, quatro sistemas de mísseis antiaéreos, três lançadores múltiplos de foguetes e outros equipamentos.
“O exército continua repelindo a tentativa de invasão das Forças Armadas da Ucrânia. As ações das unidades do agrupamento de tropas Sever [Norte], com ataques aéreos e fogo de artilharia, permitiram repelir um ataque de grupos de assalto na direção de Kremyanoe”, indica o comunicado do ministério.
O Ministério da Defesa ainda informou que as Forças de Defesa libertaram a província de Ivanovka na República Popular de Donetsk, na região separatista de Donbass.
Ofensiva ucraniana em Kursk
O conflito entre Ucrânia e Rússia se acirrou em 6 de agosto quando o território russo de Kursk sofreu um ataque de 12 mil soldados do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.
Segundo o general russo e comandante do regimento de forças especiais Akhmat, Apti Alaudinov, havia muitos estrangeiros entre as tropas ucranianas.
“Sabemos que o número de pessoas que entraram no território [da região de Kursk] é estimado em cerca de 12.000. Em relação à presença estrangeira, ouviu-se falar polonês, inglês, francês em toda parte”, disse Alaudinov ao canal Rossiya 1, acrescentando que “a maioria deles já foi destruída”.
As tropas ucranianas tinham como objetivo tomar instalações estratégicas na região de Kursk e em parte da região de Belgorod, explicou o general. A liderança da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) contava que as tropas ucranianas conseguiriam ocupar um território significativo junto com muitas instalações estratégicas para impor condições à Rússia, disse o general.
Os ataques foram defendidos pelo presidente ucraniano Volodymyr Zelensky com a afirmação de que a Rússia precisava “sentir” as consequências da guerra. Por sua vez, o presidente russo, Vladimir Putin, acusou Kiev de lançar uma provocação em grande escala, e disse que as tropas ucranianas bombardearam regiões russas indiscriminadamente, disparando contra infraestruturas civis e ambulâncias.
Como resultado do bombardeamento ucraniano na região de Kursk, o ministro da Saúde russo, Mikhail Murashko, declarou que 55 pessoas ficaram feridas, sendo 12 em estado grave.
Devido ao ataque ucraniano, um estado de emergência federal foi declarado na região fronteiriça de Belgorod, na Rússia, disse o Ministro de Emergências, Alexander Kurenkov.
“Proponho designar a situação de emergência na região de Belgorod como uma emergência federal e lançar uma resposta em nível federal”, disse ele em uma reunião de emergência da comissão governamental para prevenção e tratamento de emergências.
De acordo com Kurenkov, a situação na região de Kursk “continua complicada e tensa”. “Ataques terroristas realizados por unidades armadas ucranianas danificaram prédios residenciais e instalações de infraestrutura, causando fatalidades e baixas entre civis”, informou Kurenkov.
O ministro ainda declarou que foi organizado um trabalho para “fornecer assistência abrangente à população afetada”.
O estado de emergência federal facilita a tomada de decisões sobre a alocação de fundos federais para o pagamento de assistência financeira a moradores locais e atividades de financiamento destinadas a acomodar pessoas em centros temporários e fornecer-lhes necessidades básicas.
(*) Com Ansa, Brasil247, RT en español e Sputnik