O governo da Mongólia, país onde o presidente russo Vladimir Putin realizou uma visita diplomática na última terça-feira (03/09), declarou que a decisão de não prender o mandatário no âmbito do Tribunal Penal Internacional (TPI) decorre da dependência energética do país em relação a Moscou.
O líder russo visitou a nação asiática e é alvo de um mandado de prisão do TPI de Haia, do qual a capital Ulan Bator é signatária.
“A Mongólia importa 95% de seus produtos petrolíferos e mais de 20% da eletricidade de nossos vizinhos. Esse fornecimento é fundamental para garantir nossa existência e do nosso povo”, afirmou um porta-voz do governo ao site norte-americano Politico.
“A Mongólia sempre manteve uma política de neutralidade em todas as suas relações diplomáticas”, acrescentou o representante.
O TPI emitiu um mandado de prisão contra Putin em março de 2023, por supostos crimes ligados à deportação ilegal de crianças ucranianas para a Rússia.
A mesma discussão pode envolver o Brasil em breve, já que o país, que também é membro do Tribunal de Haia, sediará a cúpula de líderes do G20 em novembro, no Rio de Janeiro. O Kremlin, no entanto, ainda não confirmou se Putin participará da reunião.
Por sua vez, o porta-voz presidencial russo Dmitry Peskov declarou que o mandado de prisão do TPI não poderá limitar os contatos de Putin “com países interessados”.
“Toda essa história com o TPI não pode e não será uma limitação no desenvolvimento das relações da Rússia com países parceiros que estejam interessados em desenvolver relações bilaterais e cobrir contatos internacionais”, disse ele.
“A maioria global tem uma visão muito mais ampla das perspectivas de cooperação internacional do que os limites do TPI”, acrescentou.
Segundo Peskov, as autoridades da maioria global têm “grande interesse na Rússia”. “E nós também estamos interessados”, concluiu.
(*) Com Ansa e TASS