Quinta-feira, 10 de julho de 2025
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Ministros das Relações Exteriores de países europeus, além do secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, participaram da reunião do Grupo Weimar+, nesta quinta-feira (12/06), em Roma, para discutir segurança continental e a Guerra na Ucrânia.

Eles debateram estratégias de fortalecimento da defesa europeia, o aumento dos gastos militares e a preparação para a próxima cúpula da OTAN, que será realizada em Haia. O Grupo Weimar+ agrega ministros de Relações Exteriores e representantes de organizações como a OTAN e a União Europeia.

Ao final da reunião, eles participaram de uma coletiva de imprensa conjunta, em que reforçaram a necessidade de unidade entre os aliados, condenaram a agressão russa e defenderam maior apoio à Ucrânia.

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Gastos com Defesa

O secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, mencionou os desafios de segurança enfrentados pela Europa nos próximos anos. “Estamos seguros agora. Não estaremos seguros daqui a três ou cinco anos, então temos que gastar mais”, apontou.

Ele defendeu que a Europa precisa ampliar seus investimentos em defesa e aumentar a capacidade de produção da indústria militar. “Precisamos de mais turnos, mais linhas de produção”, disse, referindo-se à preparação do continente para uma eventual intensificação do conflito com Moscou. Ele estima que a Rússia pode estar pronta até 2029 ou 2030 para desafiar diretamente a OTAN.

A nova meta de gastos com defesa da aliança, que pode chegar a 5% do PIB dos países membros, ainda não tem um prazo definido. Segundo o ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, o país precisará de “pelo menos 10 anos” para atingir os novos parâmetros.

Ministros europeus e representantes da OTAN e da UE discutem Guerra da Ucrânia em Roma
Reprodução / @secgennato

Críticas a Putin

O ministro das Relações Exteriores da Polônia, Radosław Sikorski, foi incisivo em suas críticas ao presidente russo. “Vladimir Putin, da Rússia, está zombando dos esforços de paz do presidente Donald Trump”, afirmou, ao se referir dos ataques do país após as tentativas de mediação internacional. Ele cobrou uma resposta mais firme da Europa e defendeu o fortalecimento da ala europeia da OTAN. “É fundamental aumentar o envolvimento dos aliados europeus e fortalecer o pilar europeu da nossa aliança”, disse.

Já a chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Kaja Kallas, afirmou que o encontro demonstrou uma Europa mais determinada e coesa. “Nosso compromisso com nossa defesa está mais forte do que nunca”, declarou, associando esse fortalecimento à implementação do programa Rearm, um pacote de € 800 bilhões da UE voltado para o rearmamento e modernização militar.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, também participou da coletiva. Ele defendeu uma “diplomacia de pressão” contra a Rússia. “Somente a pressão pode forçar a Rússia a pacificar e neutralizar a ameaça russa à Ucrânia e ao resto do mundo”, afirmou.

Weimar+

Ao final da reunião do grupo Weimar+ em Roma, os ministros europeus divulgaram uma declaração conjunta reafirmando o compromisso de intensificar a pressão sobre a Rússia. O documento destaca a disposição dos países em adotar novas sanções, especialmente nos setores de energia e bancário, com o objetivo de enfraquecer a capacidade de Moscou de sustentar sua guerra contra a Ucrânia.

O grupo Weimar+ foi criado em 1991 pela Alemanha, França e Polônia para promover a cooperação política e a integração europeia. O “+” da sigla indica a inclusão de outros países convidados, conforme a conjuntura.

Com The Guardian.