O comunicado final da cúpula de líderes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), realizada em Washington nesta quarta-feira (10/07), deve trazer a palavra “irreversível” para se referir a uma futura adesão da Ucrânia.
Segundo fontes diplomáticas, os países-membros concordaram com um documento que diz que Kiev está em um “percurso irreversível rumo à plena integração euro-atlântica, incluindo a adesão à OTAN”.
O desejo da Ucrânia de entrar na aliança foi um dos estopins para a invasão iniciada pela Rússia em fevereiro de 2022, e Moscou ainda impõe como condição para a paz que Kiev desista de aderir à organização militar.
No entanto, os próprios Estados-membros da OTAN deixam claro que uma futura entrada da Ucrânia só aconteceria após o fim da guerra. “É um percurso já marcado, mas que se concluirá depois do conflito”, disse o vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, em Washington.
O documento final da cúpula também deve designar um enviado especial para o flanco sul da OTAN, demanda da Itália e da Espanha para reforçar a atenção no Oriente Médio e na África, bem como exortar a China a “interromper qualquer apoio material e político à Rússia”, além de definir Pequim como uma “ameaça para a Europa e a segurança”.
Sistema antiaéreo
No mesmo evento, a Itália anunciou que fornecerá à Ucrânia mais uma bateria do sistema de defesa antiaérea Samp-T, fabricado em conjunto com a França.
A decisão foi divulgada durante a cúpula de líderes da OTAN, que contou coma presença do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Além da Itália, os Estados Unidos, a Alemanha e a Romênia também entregarão sistemas de defesa antiaérea Patriot, de fabricação americana, para Kiev, que pede mais armas dos países da OTAN para fazer frente à invasão russa.
“Nós nos concentramos muito no tema da defesa antiaérea, que é extremamente importante”, afirmou a premiê italiana, Giorgia Meloni, em coletiva de imprensa em Washington.
Segundo a primeira-ministra, o fornecimento do Samp-T mira ajudar a Ucrânia a “defender os civis e infraestruturas críticas, que a Rússia continua atacando, como vimos no hospital pediátrico atingido em Kiev”. O aumento do auxílio militar à Ucrânia é um dos principais temas na pauta da cúpula da OTAN, enquanto a guerra parece continuar em uma situação de impasse, sem grandes avanços em ambos os lados.
Os países da aliança já forneceram unidades dos sistemas Samp-T e Patriot a Kiev no ano passado, mas é possível que algumas dessas baterias tenham sido danificadas em ataques de Moscou, enquanto outras ficaram sem munição.