O Parlamento da Ucrânia aprovou nesta quinta-feira (05/09) a nomeação de Andrii Sybiha como novo ministro das Relações Exteriores, em substituição a Dmytro Kuleba, que ocupava o cargo desde 2020 e renunciou na última quarta (04/09).
Sybiha, que era vice-ministro das Relações Exteriores, foi indicado ao cargo pelo presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.
Nascido em Zboriv, o novo chanceler tem 49 anos e se formou em jurisprudência e relações internacionais na Universidade Ivan Franko, em Lviv.
Sua carreira diplomática começou como vice-secretário do Ministério das Relações Exteriores, no fim dos anos 1990. Desde então, exerceu diversas funções na pasta e nas embaixadas de Kiev na Polônia e na Turquia.
Um dos principais desafios de Sybiha como chanceler será tentar reforçar a rede de apoio internacional à Ucrânia na guerra contra a Rússia, que já dura mais de dois anos e meio.
Crise interna ou reformulação do governo?
A carta de demissão de Kuleba não apresentava justificativa para a renúncia. Deputados ucranianos falaram sobre mudanças para reformular o governo.
Segundo a imprensa local, Zelensky não estava satisfeito com o trabalho de Kuleba e considerava a possibilidade de demiti-lo. “Há muitas perguntas a Kuleba. Em particular, um grande número de reclamações sobre os candidatos a embaixadores, nomeados pela chancelaria. O Gabinete Presidencial em geral não está satisfeito com o serviço diplomático”, observaram as fontes ao jornal Strana.
Um dos deputados ucranianos, Yaroslav Zheleznyak, já havia informado que nesta semana poderiam ser realizadas demissões e mudanças no gabinete de ministros da Ucrânia.
O chefe do partido governista Sluga Naroda (Servo do Povo) no parlamento, David Arakhamiya, também disse que se pode esperar uma “grande reinicialização” do governo ucraniano. Segundo ele, as mudanças afetarão 50% dos altos cargos.
Em consonância, na última terça-feira (03/09), outros quatro ministros ucranianos também apresentaram renúncia aos seus cargos. Oleksandr Kamyshin, ministro das Indústrias Estratégicas; Denys Maliuska, da Justiça; Ruslan Strilets, do Meio Ambiente; e Olga Stefanishina, vice-primeira-ministra da Integração Europeia.
Kamyshin foi responsável pela supervisão da produção de armas para a guerra contra a Rússia, e afirmou que continuará trabalhando no setor de defesa, “mas em uma função diferente”.
Apesar de membros do governo falarem em reformulação do gabinete, as saídas dos ministros aumentaram as incertezas em torno do governo do presidente Zelensky, que pronunciou-se pela primeira vez em relação às mudanças ministeriais: “precisamos de uma nova energia”, declarou o mandatário.
(*) Com Ansa, RT en español e Sputnik