Em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (12/08), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, criticou as ações ofensivas realizadas pelo exército ucraniano em regiões do sudoeste do país, especialmente na localidade de Kursk, onde os ataques teriam gerado 12 mortos e dezenas de feridos, segundo informações das autoridades locais.
O mandatário russo acusou Kiev de utilizar armas químicas em suas operações “cujos alvos são as populações civis” e disse que tais ações contam com o consentimento dos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
“Um dos objetivos óbvios do inimigo é semear a discórdia, intimidar as pessoas, destruir a unidade e a coesão da sociedade russa, ou seja, desferir um golpe na situação política interna”, afirmou Putin.
O presidente da Rússia disse que as ações promovidas pela Ucrânia emperram a possibilidade de uma negociação de paz para buscar o fim do conflito entre os países, que já dura quase 30 meses. Segundo ele, as forças ucranianas querem “uma melhor posição na mesa de negociação”.
“Agora está claro por que o regime de Kiev recusou nossas propostas de voltar a um plano de paz para a regularização (do conflito), bem como as propostas de mediadores interessados e neutros. Aparentemente, o inimigo, com a ajuda de seus patrões ocidentais, está fazendo a vontade deles”, comentou Putin.
O líder russo assegurou que Moscou “se nega a dialogar com quem ataca a população civil indiscriminadamente, ataca as infraestruturas civis e tentam criar uma ameaça às instalações de energia nuclear”.
Drones contra usina de Zaporozhie
Putin também se referiu a um ataque com drones realizado por Kiev contra uma torre de resfriamento da usina nuclear de Zaporozhie. Segundo o mandatário russo, a ação mostra que “o inimigo está desenvolvendo uma agressão direcionada a instalações de energia nuclear”.
O presidente citou que informes da estatal atômica russa Rosatom asseguram que os bombeiros já controlaram a situação na usina.
Em declaração ao canal Rossiya 24, o diretor-chefe da Rosatom, Aleksei Likhachev, disse que “o que aconteceu na usina de Zaporozhie neste domingo (11/08) é um nível completamente diferente de agressão, com uma estratégia que visava atingir não apenas a instalação, mas também os bombeiros, que geralmente chegam à instalação em cinco ou seis minutos”.