O presidente da Rússia, Vladimir Putin, deu seu parecer nesta quinta-feira (13/03) sobre a proposta de cessar-fogo com a Ucrânia apresentada pelos Estados Unidos, dizendo concordar que a “trégua deve levar à paz a longo prazo” e “a eliminar as causas iniciais da crise”.
Putin afirmou ainda que a Rússia precisa antes “se consultar com os EUA”, sugerindo um telefonema com seu homólogo norte-americano, Donald Trump, o qual, por sua vez, confirmou que “gostaria de encontrá-lo”.
“Com base na evolução da situação do terreno, concordaremos com os próximos passos para o cessar-fogo e para chegar a um acordo que seja aceitável a todos”, disse o líder russo.
Isso por que o Kremlin vê com ceticismo a oferta acordada entre o governo norte-americano e o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky na terça-feira (11/03). Para Moscou, a proposta “não dá nada” ao país, somente aos ucranianos uma “oportunidade de se reagruparem e ganharem força para continuar”.
Washington e Kiev elaboraram essa proposta de trégua após Trump conseguir que Zelensky aceitasse ceder a exploração de suas terras raras aos Estados Unidos. Para isso, interrompeu o envio de armas e de informações de inteligência ao país, retomados após o acordo.
Além disso, para Moscou, uma trégua nos termos dos EUA pode interromper o avanço que os russos estão fazendo no campo de batalha, por causa da reconquista dos territórios russos ocupados pela Ucrânia.
Para Trump, Putin deu uma declaração “muito promissora” acerca do cessar-fogo”. “Seria uma desilusão se Moscou rejeitasse o plano de paz na Ucrânia”, disse.

Putin disse que trégua pode levar à ‘paz a longo prazo’ entre Rússia e Ucrânia
Ucrânia admite retirada para minimizar perdas
A Ucrânia admitiu que seu Exército está recuando para minimizar perdas na região de Kursk ante a ofensiva russa.
“O inimigo está usando unidades de assalto de tropas aerotransportadas e forças de operações especiais para romper nossas defesas e nos expulsar de Kursk”, disse o comandante-em-chefe do Exército ucraniano, general Oleksandr Syrskyi.
A despeito dos recuos de suas tropas, a Ucrânia vem empreendendo uma ofensiva com drones contra a Rússia. Na terça-feira (11/03), uma operação massiva de drones ucranianos atingiu Moscou e a base aérea de Diagh, matando três pessoas e deixando 18 feridos.
No domingo (09/03) e na segunda-feira (10/03), segundo o estado-maior da Ucrânia, eles atacaram duas refinarias russas que abastecem o Exército, além de uma planta metalúrgica.
(*) Com Ansa.