Putin está aberto à paz permanente com Ucrânia, revela enviado de Trump a Moscou
Steve Witkoff declarou avanços nas negociações com Rússia sobre solução da guerra, indicando 'abertura' do presidente russo a partir de um acordo que inclua 'protocolos de segurança'
O enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff, declarou em entrevista concedida à emissora conservadora Fox News na noite de segunda-feira (14/04) que as negociações com a Rússia sobre uma solução da guerra na Ucrânia estão progredindo, ao apontar que o presidente russo Vladimir Putin, está “aberto à paz permanente” a partir da consolidação de um acordo “complexo”.
A fala do representante norte-americano foi dada após o encontro com o líder do Kremlin em São Petersburgo, na última sexta-feira (11/04). Segundo o enviado de Donald Trump, além dos “cinco territórios” ucranianos tomados por Moscou ao longo do conflito, as condições que o governo russo levantou durante a reunião para encerrar os confrontos também incluíram “protocolos de segurança” relacionados à OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Witkoff afirmou que, dentro dos protocolos, “não há OTAN, nem o Artigo 5 (da OTAN)”, que estabelece que um ataque a um dos países-membros é considerado uma agressão a todos.
“Em resumo, há um monte de detalhes ligados a isso. É uma situação complicada, enraizada em alguns aspectos realmente problemáticos que envolvem os dois países […] Acho que podemos estar à beira de algo que seria muito, muito importante para o mundo em geral”, disse.
Sobre o balanço de sua terceira reunião com o líder russo, que também contou com a presença de seus dois conselheiros-chave, Yuri Ushakov e Kirill Dmitriev, Witkoff comentou que “o pedido de Putin é chegar a uma paz permanente”
“Ou seja, para além do cessar-fogo, tivemos uma resposta”, acrescentou.

Enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff, afirma avanço nas negociações com a Rússia sobre solução da guerra na Ucrânia
Na segunda-feira, o presidente norte-americano voltou a responsabilizar a Ucrânia pela guerra com a Rússia, no âmbito de uma declaração no Salão Oval, em Washington, ao lado do seu homólogo salvadorenho, Nayib Bukele, que, por sua vez, esteve nos EUA em visita oficial.
Além de ter culpado os ucranianos, Trump revelou que algumas propostas para tentar acabar com a guerra em Kiev serão comunicadas em breve.
“Você não começa uma guerra com alguém 20 vezes maior que você e depois espera que as pessoas lhe deem alguns mísseis”, disse o magnata, um dia depois do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky ter afirmado que Washington está operando em uma “realidade alterada”.
“Milhões de pessoas mortas por causa de três pessoas. Digamos Putin em primeiro lugar, mas também Biden, que não tinha a mínima ideia do que estava fazendo, em segundo lugar, e Zelensky. E tudo o que posso fazer é tentar impedir isso”, afirmou Trump.
(*) Com Ansa e TASS
