Rússia abate ataque de drones ucranianos antes das comemorações do Dia da Vitória
Atentados ocorrem após Zelensky ameaçar segurança de líderes mundiais que vão a Moscou para eventos que lembram fim da 2ª Guerra Mundial
A Rússia informou, nesta segunda-feira (05/05), que 17 drones ucranianos foram abatidos na província de Bryansk, cinco em Kaluga e quatro na região de Moscou, que se prepara para os eventos do Dia da Vitória, na próxima sexta-feira (09/05).
O prefeito da capital russa, Sergei Sobyanin, disse que os sistemas de defesa aérea da cidade repeliram o ataque. Segundo a autoridade, as quatro aeronaves foram abatidas no distrito urbano de Podolsk enquanto voavam em direção a Moscou.
“No local da queda dos destroços, de acordo com dados preliminares, não há danos ou vítimas”, informou ainda o prefeito, acrescentando que especialistas dos serviços de emergência estão trabalhando no local.
Apesar de não perturbar os preparativos para as cerimônias que marcam os 80 anos do fim da 2ª Guerra Mundial, o ataque provocou uma “breve interrupção do tráfego aéreo no aeroporto Domodedovo”, segundo a emissora Al Jazeera. Os voos foram temporariamente suspensos por cerca de 90 minutos “para garantir a segurança aérea”.
Já na região de Belgorod, o governador Vyacheslav Gladkov declarou que o exército ucraniano atacou oito distritos da localidade. O uso de munições e 100 drones nas últimas 24 horas, deixou quatro feridos.
“No distrito de Borisovsky, as aldeias de Bogun-Gorodok, Novoaleksandrovka e Striguny foram atacadas por nove drones. Três homens ficaram feridos quando um drone atingiu um ônibus em Bogun-Gorodok. Os feridos foram levados ao Hospital Municipal nº 2 de Belgorod”, escreveu ele, acrescentando que dois carros, um ônibus, um trator, um estabelecimento comercial e a cerca de uma residência particular foram danificados na área.
Segundo o governador, oito drones atingiram o distrito de Belgorodsky, onde um civil ficou ferido pela detonação de uma mina terrestre. Uma residência particular, um trailer para equipamentos especiais, a cúpula da Igreja da Anunciação da Bem-Aventurada Virgem Maria e um cômodo no terreno de uma empresa agrícola foram danificados no ataque.
O distrito de Krasnoyaruzhsky foi alvo de 206 munições e 49 drones. O distrito de Graivoronsky foi atingido por 23 munições e 13 drones, embora não tenham sido registradas vítimas ou destruição.

Kremlin/Wikicommons
O distrito de Valuysky foi atacado com seis munições e seis drones, resultando em danos a uma linha de energia; equipes de emergência prontamente restauraram a eletricidade. Doze drones foram lançados contra o distrito de Shebekinsky, danificando uma instalação pública e um prédio comercial.
Nos distritos de Volokonovsky e Yakovlevsky, dois assentamentos foram bombardeados com 10 munições e três drones; não houve vítimas ou destruição nas áreas.
Territórios russos que fazem fronteira com a Ucrânia, como Belgorod, Bryansk, Kursk e Voronezh, bem como a Península da Crimeia, relatam regularmente bombardeios, incursões de drones e outros ataques do outro lado da fronteira, forçando os moradores a buscar refúgio em outros lugares.
Ameaças de Zelensky
Os ataques a drones da Ucrânia contra o território russo ocorrem após o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, ter ameaçado, no último final de semana, a segurança dos líderes mundiais que estarão em Moscou para celebrar o 80º aniversário do Dia da Vitória.
Entre eles estão o presidente Lula e os chefes de Estado da China, Xi Jinping; da Venezuela, Nicolás Maduro; de Cuba, Miguel Díaz-Canel; da Sérvia, Aleksandar Vucic; da Eslováquia, Robert Fico.
“Para todos os países que viajaram ou estão viajando em 9 de maio, nossa posição é muito simples: não podemos ser responsabilizados pelo que acontece no território da Federação Russa. Eles fornecem segurança e, portanto, não daremos nenhuma garantia”, disse Zelensky.
Em resposta, o vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, afirmou no Telegram: “quem está buscando garantias? É só uma provocação verbal. Nada mais.”
E acrescentou: “se houver uma provocação real no Dia da Vitória, ninguém garante que Kiev chegará a 10 de maio”.
(*) Com Prensa Latina, Tass e informações da Al Jazeera
