A Rússia acusou a Ucrânia de recusar uma proposta de trégua de Natal discutida entre o presidente Vladimir Putin e o primeiro-ministro da Hungria, país que ocupa a presidência rotativa da União Europeia, Viktor Orbán.
De acordo com o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, Orbán propôs a Putin “uma grande troca de prisioneiros com o país inimigo, além de um cessar-fogo natalino”.
No entanto o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, teria recusado a oferta do líder húngaro.
Segundo Peskov, no mesmo dia da conversa entre Orbán e Putin, o Serviço de Segurança Interno da Rússia (FSB) “apresentou propostas para a troca de prisioneiros à Embaixada da Hungria em Moscou, mas, a julgar pela reação de Zelensky nas redes sociais, o lado ucraniano rejeitou”.
O presidente ucraniano não mencionou diretamente a iniciativa de Orbán, mas disse que “não pode haver discussões sobre a guerra” sem a participação da Ucrânia.
Já um assessor do gabinete presidencial ucraniano, Mikhail Podolyak, disse que a iniciativa de Orban para um cessar-fogo russo-ucraniano “não faz sentido e não passa de uma tentativa de chamar a atenção da mídia”.
“Do ponto de vista da guerra e da paz, [a iniciativa] não faz sentido. No entanto, faz sentido no espaço da informação, porque permitirá que Orban seja citado [pela mídia]”, disse Podolyak. “Ele quer desempenhar o papel de um homem que pode resolver algo”.
A autoridade ucraniana ainda afirmou que o cessar-fogo proposto favoreceria a Rússia.
Já o porta-voz do Kremlin assegurou que a Rússia “apoia totalmente os esforços do primeiro-ministro húngaro, que visam a encontrar uma solução pacífica e resolver questões humanitárias”.
Contudo, segundo a agência russa de notícias TASS nesta quinta-feira (12/12), a comissária russa de direitos humanos, Tatyana Moskalkova, chegou a um acordo com sua homóloga ucraniana sobre a troca de pacotes de cuidados para prisioneiros de guerra (POWs) na véspera de Ano Novo.
Em uma coletiva de imprensa, Moskalkova declarou que foi acordado com a Ucrânia que os pacotes incluirão bilhetes, cartas de casa, e desenhos de crianças das famílias. “Espera-se que essa troca ocorra em dezembro na fronteira russo-bielorrussa ou em outro lugar”, afirmou.
(*) Com Ansa e TASS