Em evento realizado nesta sexta-feira (13/09), na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, o representante permanente da Rússia na entidade, o diplomata Vasily Nebenzya, afirmou que “as a OTAN permitir que a Ucrânia ataque o território russo reconhecido internacionalmente com armas ocidentais de longo alcance, isso desencadeará uma guerra direta entre os países da aliança e o nosso país”.
A declaração é mais uma das várias advertências que Moscou vem fazendo ao longo da semana, em simultâneo a uma série de reuniões entre autoridades dos Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia, algumas delas envolvendo representantes ucranianos e até mesmo o presidente do país, Volodymyr Zelensky.
Algumas dessas reuniões entre autoridades da Ucrânia e de países do Ocidente foram promovidas pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), mencionada pelo diplomata russo em sua intervenção na ONU.
“Esta possível evolução da situação mudaria fundamentalmente as nossas relações com o lado ocidental. Se for tomada ou for tomada a decisão de levantar as restrições, isso significará que a partir desse momento os países da OTAN iniciarão uma guerra direta com a Rússia”, acrescentou Nebenzya.
Segundo o representante russo, o Kremlin considera que um ataque à distância contra o território do país “nos forçará a tomar as decisões apropriadas, decisões duras, mas que seriam necessárias nesse caso, apesar das consequências que elas podem para os agressores ocidentais”.
“Os países ocidentais (em caso de ataque à Rússia com mísseis de longo alcance) já não poderiam ocultar suas responsabilidades e colocar a culpa somente em Kiev. Como é bem sabido, a utilização de tais armas só é possível com acesso à inteligência dos satélites dos Estados Unidos e da União Europeia. A Ucrânia não possui essa tecnologia”, recordou o diplomata russo.
Ao finalizar seu discurso, Nebenzya ressaltou que “Kiev vem atacando o território russo há semanas, atuando em zonas fora da área de combate e organizando ataques terroristas contra civis e infraestruturas civis”.
Nesta quinta-feira (12/09), durante evento em Moscou, o presidente russo Vladimir Putin disse que “o exército ucraniano é incapaz de realizar ataques com sistemas de precisão de longo alcance de fabricação ocidental, tais ações só seriam possíveis através do uso de inteligência dos satélites da OTAN, que Kiev não possui”.
“Além disso, estes sistemas de mísseis só podem ser pilotados por militares da OTAN”, completou Putin, em sintonia com o que afirmou o representante russo na ONU.