A Rússia considerou “perigosas” as declarações do presidente francês, Emmanuel Macron, sobre o envio de tropas terrestres ocidentais para a Ucrânia e acusou o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, David Cameron, de alimentar uma “escalada” no conflito. A afirmação foi feita nesta sexta-feira (03/05) pelo porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, durante uma coletiva de imprensa.
“A França, através do seu chefe de Estado, continua se pronunciando sobre a possibilidade de se envolver diretamente no conflito na Ucrânia”, declarou Peskov. “Estamos acompanhando tudo isso de perto e continuamos, e continuaremos, nossa operação militar até que todos os objetivos estabelecidos sejam alcançados”, afirmou o porta-voz russo.
Peskov denunciou “uma provocação direta” e lamentou os comentários do chefe de Estado francês, que, segundo ele, podem colocar em risco a segurança europeia.
Em entrevista à revista The Economist publicada na quinta-feira (02/05), o presidente francês voltou a defender o envio de tropas terrestres ocidentais para a Ucrânia se o Exército russo “ultrapassar as linhas do front” ou se “houver uma demanda ucraniana”, o que não é o caso hoje.
Macron lembrou que os países da Otan descartaram o fornecimento de tanques e de aviões à Ucrânia no início da guerra contra a Rússia, em fevereiro de 2022, mas acabou mudando de ideia.
Reino Unido anuncia mais ajuda
Em visita a Kiev na quinta-feira, o secretário das Relações Exteriores britânico, David Cameron, anunciou mais £ 500 milhões de libras (quase € 590 milhões) para fornecer munições e armas à Ucrânia. O premiê britânico disse que Londres reunirá seus parceiros internacionais em junho para arrecadar mais fundos para o país.
O Fundo Internacional para a Ucrânia, criado em 2022, inclui Reino Unido, Noruega, Holanda, Dinamarca, Suécia, Lituânia, Islândia, Austrália e Nova Zelândia.
Diante dos ataques de drones russos, o Reino Unido insiste na necessidade de fornecer ao exército ucraniano bombas guiadas de precisão, módulos de defesa aérea e mísseis. Cameron disse que as armas fornecidas pelo Reino Unido poderiam ser usadas “para atacar na Rússia, uma vez que a Rússia está atacando na Ucrânia”.