Segunda-feira, 9 de junho de 2025
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O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, solicitou ao assessor especial da Presidência da República do Brasil, Celso Amorim, mais apoio de Brasília em relação à Guerra da Ucrânia. A informação é da Folha de S. Paulo.

Segundo noticiou a imprensa brasileira na última quarta-feira (28/05), Lavrov teria pedido ao governo brasileiro “compreensão acerca das causas fundamentais” do conflito, iniciado em fevereiro de 2022. 

A suposta cobrança russa teria causado surpresa na delegação brasileira. Mas Amorim teria reafirmado a postura brasileira, que condenou a invasão russa em votações na ONU, mas também se opõe às sanções econômicas impostas por países ocidentais contra Moscou. 

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A fala de Lavrov ocorre em um contexto em que o Brasil, visto por Moscou como um interlocutor potencialmente influente nas negociações de paz com Kiev, é um dos poucos países a manter uma posição de neutralidade. 

A Folha ainda destacou que a neutralidade brasileira tem fundamentos históricos e pragmáticos. O Ministério das Relações Exteriores brasileiro privilegia o diálogo e os interesses nacionais, em especial em setores estratégicos como energia e agricultura. 

Desde o início do conflito, a Rússia intensificou seu papel como fornecedora de óleo diesel para o Brasil, além de já ser um dos principais exportadores de fertilizantes. No entanto, o comércio entre os dois países vem sendo pressionado por sanções ocidentais, que miram embarcações ligadas à exportação de combustíveis russos. Mas até o momento, não houve relatos de empresas brasileiras afetadas por essas medidas.

Rússia descreveu diálogo com enviado de Lula como “franco e substancial”
Presidência Ucrânia/Fotos Públicas

O encontro entre os dois representantes em Moscou ocorreu à margem de uma conferência internacional sobre segurança, com foco em ações cibernéticas, e contou com clima considerado cordial por fontes diplomáticas, de acordo com a Folha. 

Por fim, a chancelaria russa descreveu o diálogo com Amorim como “franco e substancial”. 

Negociações em Istambul

Em meio às tentativas de solucionar o conflito, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse estar em “contato constante com Moscou e Kiev e usará todas as suas capacidades diplomáticas para resolver” a guerra. 

“Continuamos a lutar pela paz e continuaremos nossos esforços. Estamos em contato com a Rússia e a Ucrânia. Vemos o momento atual [no diálogo entre as partes] como uma oportunidade para uma paz duradoura. Lembramos a todos que esta oportunidade não deve ser perdida. Não vamos fechar esta janela de oportunidade. Estamos usando todo o nosso poder diplomático e potencial para a paz”, disse Erdogan, citado pela agência de notícias turca Anadolu .

Já o  secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Sergey Shoigu, confirmou que Istambul, a capital turca, “está se tornando o local central para negociações sobre uma série de questões, incluindo a iniciativa do [cessar-fogo no] Mar Negro, o acordo de grãos e agora as negociações russo-ucranianas”

Shoigu expressou gratidão ao governo turco por sediar as negociações em Istambul. “Reconhecemos os esforços significativos feitos por Ancara, particularmente para garantir a segurança e criar condições favoráveis ​​ao trabalho das delegações”, acrescentou.

Apesar dos avanços, o Kremlin ainda não tem planos de revelar quais condições estabelecerá para um cessar-fogo com a Ucrânia e se os termos serão incluídos no rascunho de memorando de Moscou, disse o porta-voz presidencial russo, Dmitry Peskov, nesta quinta-feira (29/05). 

“Não discutiremos publicamente o conteúdo dos rascunhos dos documentos que [as partes] devem trocar. O motivo é que as negociações devem ser sempre realizadas a portas fechadas, e não em público”, disse. 

(*) Com Brasil247, Tass, e informações da Folha de S. Paulo