Terça-feira, 15 de julho de 2025
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A chefe da delegação russa nas negociações de Viena sobre segurança militar e controle de armamentos, Yulia Zhdánova, afirmou que uma solução pacífica para o conflito com a Ucrânia é possível. A condição é a eliminação das “causas profundas” que levaram à guerra.

Em entrevista à Sputnik, Zhdánova afirmou que o Ocidente “já deveria ter compreendido” que os objetivos estabelecidos no início da chamada operação militar especial na Ucrânia “serão alcançados de qualquer forma”.

“Quanto mais nossos adversários ocidentais e seus patrocinadores tentarem intimidar o povo russo, mais duras serão as ‘condições no terreno’ que terão de enfrentar”, alertou a chefe da delegação russa em Viena.

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A Rússia conduz desde 24 de fevereiro de 2022 a operação militar especial na Ucrânia. O presidente russo Vladimir Putin afirma que a ação visa proteger a população de “um genocídio por parte do regime de Kiev” e conter riscos à segurança nacional pelo avanço da OTAN ao leste.

Putin reiterou os objetivos de Moscou em junho do ano passado. O presidente apresentou exigências para negociações de paz: retirada das tropas ucranianas dos quatro novos territórios russos (Donbass), renúncia da Ucrânia à OTAN com compromisso de neutralidade e status não nuclear, e revogação das sanções contra a Rússia.

Ataque massivo

A Força Aérea da Ucrânia afirmou que a Rússia fez no último domingo (29/06) o maior ataque contra o país desde o início da guerra. Durante a noite, Moscou lançou 477 drones e chamarizes e 60 mísseis. No entanto, 475 das armas aéreas foram abatidas ou perdidas.

Segundo informações oficiais da Ucrânia, duas pessoas morreram e 12, incluindo duas crianças, ficaram feridas nos ataques. Em Kiev, a população se abrigou em abrigos antibomba e em estações de metrô.

Governo ucraniano tenta sair de acordo internacional que proíbe uso de minas terrestres
Volodymyr Zelenskyy/X

Já o exército da Rússia afirma que os ataques atingiram alvos do complexo industrial-militar ucraniano e refinarias de petróleo. Também informou que três drones ucranianos foram interceptados durante a noite.

A nova ofensiva compromete as negociações de paz. Zelensky declarou que “Moscou não vai parar enquanto tiver capacidade de lançar ataques massivos”. O presidente ucraniano pediu mais pressão sobre a Rússia, já alvo de sanções europeias e norte-americanas.

Ao mesmo tempo, o governo ucraniano tenta sair de um acordo internacional que proíbe o uso de minas terrestres, alegando que a Rússia não faz parte desta convenção e tem feito uso do armamento.

Pelo lado russo, o porta-voz da Presidência da Rússia, Dmitry Peskov, afirmou que o progresso das negociações com a Ucrânia “dependerá em grande parte do comportamento de Kiev e da eficácia dos esforços de mediação de Washington”.

À margem dos eventos da União Econômica Eurasiática (EAEU) em Minsk, entre 26 e 27 de junho, o secretário de imprensa presidencial russo defendeu que a posição de Moscou sobre o acordo com a Ucrânia “é clara” e “bem conhecida”.

“Além disso, há a situação no terreno, que não pode ser ignorada e deve ser levada em consideração. Esses são os elementos do quadro geral. É difícil e complicado, mas depende deles”, enfatizou.

O porta-voz disse que Moscou aguarda a definição da data para a próxima rodada de negociações com a Ucrânia.

Questionado se novas reuniões haviam sido agendadas, ele respondeu: “Não, ainda não”. “Estamos aguardando a terceira rodada de negociações. Esperamos esclarecer a data em alguns dias”, disse o porta-voz do Kremlin ao canal de televisão bielorrusso First Information.

(*) Com Brasil de Fato, Sputnik e TASS