Rússia frustra ataques ucranianos, enquanto OTAN não garante adesão de Kiev

As defesas aéreas russas destruíram 18 drones ucranianos na última madrugada, conforme informou o Ministério da Defesa da Rússia nesta quarta-feira (25/06). Segundo a pasta, sete drones foram neutralizados na região de Rostov, quatro na Crimeia, dois em Krasnodar, dois em Kursk, dois sobre o Mar Negro e um na região de Bryansk. Apesar das interceptações, os destroços causaram danos em diversas localidades.

Na cidade de Taganrog, um drone atingiu o telhado do estádio Forte Arena, provocando um incêndio. Já no porto de Azov, os destroços de outro drone danificaram o telhado de um armazém de grãos.

A prefeita de Taganrog, Svetlana Kambulova, afirmou por meio de sua conta no Telegram que os destroços também quebraram janelas de uma escola e dois prédios residenciais. Mais tarde, o governador interino de Rostov, Yury Slusar, acrescentou que um edifício industrial em Azov teve o telhado e janelas danificados.

As autoridades locais informaram que os trabalhos de reparo começaram na terça-feira, acrescentando que moradores dos imóveis afetados receberão apoio necessário.

Ataques com drones têm se intensificado nas regiões fronteiriças desde o início da guerra com a Ucrânia, com ambos os lados relatando danos causados por aeronaves não tripuladas. O governo russo reforçou que continuará a neutralizar “tentativas de ataques terroristas” em seu território.

Rússia interceptou 18 drones ucranianos na madrugada, em meio à cúpula da OTAN em Haia
Ekaterina Petrova/TASS

Tímido apoio da OTAN

Pouco antes de viajar para a cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), que encerrou em Haia, na Holanda, nesta quarta-feira, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, antecipou que seu país se empenharia em abordar os esforços no processo de Istambul sobre a Ucrânia.

“Todo mundo conhece os esforços que a Turquia está fazendo para resolver a situação na Ucrânia. Falaremos sobre os esforços que estão sendo feitos para acabar com a guerra por meio da diplomacia e de novos passos no processo de Istambul”, disse Erdogan em transmissão pelo canal de TV TRT Haber.

Ainda de acordo com ele, tanto a Rússia quanto a Ucrânia confiam na Turquia.

“Fizemos progressos concretos e um dos passos mais importantes são as negociações em Istambul. Agora queremos embarcar em um caminho que acabe com a guerra. Não pode durar para sempre. Na cúpula da OTAN, delinearemos nossa visão para nossos interlocutores e diremos que não vamos parar até que a paz seja garantida”, afirmou.

Entretanto, os países-membros da OTAN dedicaram apenas duas menções à Ucrânia no comunicado conjunto divulgado no fim do evento: o compromisso em fornecer apoio a Kiev e continuar contribuindo diretamente para sua indústria militar. O documento, que prevê que as nações aumentem para 5% do Produto Interno Bruto (PIB) os gastos em defesa, também não trouxe perspectivas de adesão da Ucrânia ao bloco, algo que o país tem buscado há anos.

Mark Rutte chama Trump de ‘papai’

Em uma conversa registrada por câmeras, o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, referiu-se ao presidente norte-americano Donald Trump de “papai”, momento depois que o magnata afirmou que Irã e Israel se comportavam como “duas crianças no pátio de uma escola”.

No registro, Rutte disse que “há momentos em que o papai tem que usar uma linguagem mais dura”, em alusão a um palavrão usado por Trump ao comentar a situação no Oriente Médio.

Já durante uma coletiva de imprensa do após o encerramento do evento, secretário chamou o presidente dos EUA de “bom amigo” e “homem de paz” por, segundo ele, ter promovido um acordo de cessar-fogo entre israelenses e iranianos.

(*) Com TASS e Brasil de Fato