As forças russas realizaram nesta segunda-feira (26/08) um ataque maciço à Ucrânia empregando cerca de 200 mísseis e drones em 15 regiões do território inimigo. A ofensiva contou com o uso de armas de precisão contra pelo menos três centrais de compressão de gás e subestações elétricas ucranianas, e também atingiu depósitos de armas e campos de aviação no oeste do país. A informação foi confirmada pelo Ministério da Defesa da Rússia.
“Esta manhã, as Forças Armadas russas realizaram um ataque maciço de armas de precisão de longo alcance lançadas por via aérea e marítima e atacaram veículos aéreos não tripulados em infraestrutura crítica de energia do setor militar-industrial ucraniano. Todos os alvos designados foram destruídos”, disse a pasta em comunicado.
O governo ucraniano afirmou que a ofensiva atingiu as regiões de Kharkiv, Kiev e Odessa. Relatou ainda que ao menos cinco pessoas morreram e 11 ficaram feridas. As ações ocorrem enquanto a Ucrânia reivindica novos avanços em uma grande incursão transfronteiriça na região de Kursk, no sul da Rússia.
“Foi um dos maiores ataques combinados. Mais de cem mísseis de vários tipos e cerca de cem drones Shahed. E, como na maioria dos ataques russos anteriores, este também foi furtivo, mirando em infraestrutura civil crítica”, disse o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em rede social.
De acordo com a avaliação do chefe do Centro pela Luta à Desinformação do Conselho de Segurança e Defesa Nacional da Ucrânia, Andriy Kovalenko, o objetivo dos russos é a “energia”.
“Seus líderes queriam um blecaute da Ucrânia no inverno, então podem querer qualquer coisa”, disse Kovalenko por meio do Telegram.
Já o ministro da Defesa ucraniano, Rustem Umerov, alertou que, em breve, haverá uma retaliação, com uso de mísseis supersônicos “de produção própria” em algumas localidades do território russo.
Sem negociações com Ucrânia
Ainda nesta segunda-feira, o porta-voz da presidência russa Dmitry Peskov afirmou que o tópico referente a negociações com a Ucrânia perdeu relevância. O representante desmentiu boatos proferidos pela imprensa ao destacar que não houve conversas entre ambas as partes nem mesmo antes do ataque à região de Kursk, em 6 de agosto.
“Você sabe que o assunto das negociações, no momento, perdeu bastante sua relevância. Relatos sobre vários contatos na mídia são publicados em grande quantidade, e nem todos eles têm, de fato, um caráter verdadeiro”, declarou Peskov, durante uma coletiva de imprensa.
O porta-voz também reforçou que a invasão ucraniana ao território russo não deve ficar impune, assegurando que haverá uma resposta.
(*) Com Ansa e Sputnik