Rússia não se considera inimiga do Ocidente, mas falta vontade da OTAN, diz diplomata
À RIA Novosti, Alexander Grushko, que é vice-chanceler russo afirmou que normalização das relações com Ocidente é ‘perspectiva de muito longo prazo’
O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Alexander Grushko, declarou nesta segunda-feira (23/06), que Moscou não se considera “inimiga do Ocidente” e está “pronta para o diálogo”.
Em entrevista à agência russa RIA Novosti, o ex-representante permanente da Rússia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) declarou que tais afirmações são características do conceito russo de política externa.
Contudo, a abertura é somente possível mediante o abandono da política de confronto ocidental, interrupção da expansão para o leste e quando o Ocidente estiver pronto “para uma interação pragmática baseada nos princípios da igualdade soberana e do respeito pelos interesses mútuos”.
Referindo-se à afirmação de Mark Rutte, secretário-geral da OTAN, sobre a normalização das relações com a Rússia serem consideradas em “longo prazo”, Grushko afirmou que essa é uma “perspectiva de muito longo prazo que ainda não é visível nem mesmo no horizonte”.

Diálogo com Ocidente somente seria possível mediante abandono da política de confronto, advertiu Moscou
NATO/X
A realidade se dá porque “a OTAN ainda não demonstrou a prontidão” de concordar com as exigências russas para o diálogo. “[O Ocidente] diz quase todos os dias que a Rússia continua sendo a principal ameaça à OTAN. O processo de construção militar da OTAN está sendo construído sob essa premissa, criando os riscos mais sérios e de longo prazo para a nossa segurança. Nessas condições, a normalização das relações não está à vista, mesmo num futuro distante”, afirmou.
Sobre o aumento de 5% dos gastos dos países da OTAN com defesa, o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia que caso a decisão seja efetivada, será “em detrimento do bem-estar socioeconômico” dos cidadãos europeus.
“O processo de militarização da UE se acelerará e o estado da segurança na Europa e no mundo se deteriorará ainda mais. Portanto, avaliaremos tal decisão de forma extremamente negativa e continuaremos a tomar todas as medidas necessárias para garantir nossa segurança e capacidade de defesa”, advertiu.
(*) Com informações de RIA Novosti