Sexta-feira, 18 de abril de 2025
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta sexta-feira (21/03) que as principais diretrizes para um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia já foram definidas.

A declaração foi dada em coletiva de imprensa no Salão Oval da Casa Branca, na semana em que o mandatário teve reuniões com os presidentes Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky para tentar encerrar o conflito de mais de três anos no leste europeu.

Trump disse que soube “lidar” com os “dois cavalheiros” e por isso chegar às conclusões de “contornos de um acordo“. “Acho que teremos um cessar-fogo”, acrescentou o presidente.

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O presidente ucraniano já concordou com uma trégua imediata de 30 dias, enquanto Putin aceitou apenas interromper os ataques à rede elétrica da Ucrânia por um mês. Para um cessar-fogo total, o Kremlin exige o fim da ajuda militar ocidental ao país vizinho.

Fim das agressões

Também são incertas as garantias de segurança cobradas por Kiev contra eventuais futuras agressões russas. França e Reino Unido tentam construir uma coalizão de países dispostos a enviar tropas de paz, ideia que encontra resistência na Europa.

Outra hipótese é mandar uma missão de paz sob bandeira das Nações Unidas, mas essa possibilidade foi criticada pelo próprio Zelensky nesta sexta. “Com todo o respeito, a ONU não nos protegeria de uma invasão ou do desejo de Putin de voltar. Não vemos a ONU como uma alternativa a um contingente ou a garantias de segurança”, afirmou.

Segundo fontes europeias que acompanham as negociações, o envolvimento das Nações Unidas seria apenas uma parte do mecanismo, que teria quatro níveis de segurança: capacetes azuis de países de fora da Europa em uma zona desmilitarizada para observar o respeito à trégua, forças ucranianas, um contingente de países voluntários e uma salvaguarda dos EUA.

Incêndios causados por ataques com drones
Fotos Públicas
Ataques noturnos com drones causaram vários incêndios em Odessa

Entendimentos diferentes sobre o cessar-fogo

Esta semana, Ucrânia e Rússia concordaram com um cessar-fogo parcial depois que Trump negociou em separado com os homólogos. O presidente dos EUA disse que o acordo abrangia o não bombardeio de “energia e infraestrutura”.

Nesta sexta-feira, Moscou declarou que a trégua pouparia apenas “infraestrutura energética”, enquanto Zelensky dizia que gostaria de incluir portos e ferrovias no acordo.

A Rússia acusou a Ucrânia de violar o cessar-fogo parcial por causa de um ataque com drones a um depósito de petróleo que causou grande incêndio na quinta-feira (20/03). Mas Kiev alega que o ataque ocorreu antes da conversa de Zelensky com Trump.

“Acreditamos que o regime de Kiev já violou o cessar-fogo proposto pelo presidente dos Estados Unidos”, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova. Já Zelensky queixou-se dos ataques russos à infraestrutura, que incluíram um hospital e equipamentos ferroviários.

Ao mesmo tempo, os líderes europeus reunidos quinta-feira em Bruxelas concordaram em estudar novas sanções à russa depois das conversas com Zelensky, que participou por videoconferência. A única voz discordante foi a do presidente húngaro Viktor Orbán.

Ataque contra centro de transporte de gás

Mais cedo nesta sexta-feira, houve uma explosão e um incêndio de grandes proporções em um centro para o transporte de gás russo para a Europa através da Ucrânia. A estação está localizada em uma parte da região de Kursk, que o Exército de Moscou retomou dos ucranianos há duas semanas.

Moscou acusou Kiev de atacar a instalação, enquanto o país vizinho nega dizendo que foram os próprios russos que a bombardearam repetidas vezes nas últimas semanas.

Embora a maior parte dos países europeus tenha reduzido sua dependência do gás russo, países como Hungria e Eslováquia ainda o compram e dependem dessa estação para ter o fornecimento.

(*) Com Ansa.