O governo norte-americano de Donald Trump está planejando revogar, em abril, o status legal temporário de cerca de 240 mil ucranianos que fugiram do conflito com a Rússia, de acordo com quatro fontes familiarizadas com o assunto. A informação foi revelada nesta quinta-feira (06/03) pela agência de notícias Reuters.
O plano, que põe os ucranianos em risco de deportação acelerada, antecede o bate-boca televisionado entre Trump e o mandatário da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em 28 de fevereiro, na Casa Branca, durante o qual o republicano acusou seu homólogo de não agradecer o suficiente pela ajuda norte-americana concedida durante a guerra contra a Rússia. Além disso, ele ameaça desgastar ainda mais as relações entre Kiev e Washington depois que os EUA interromperam o fornecimento de assistência militar e o compartilhamento de informações de inteligência com a Ucrânia.
Segundo a Reuters, a recente medida planejada por Trump condiz com um esforço mais amplo para retirar o status legal de mais de 1,8 milhão de imigrantes que permanecem em seu país por motivos humanitários lançados em programas durante o governo anterior de Joe Biden.

Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, batem boca durante encontro televisionado na Casa Branca, em 28 de fevereiro
O governo Trump começou a reverter a proteção de refugiados ucranianos e de outras nacionalidades poucos dias depois de assumir o cargo, em 20 de janeiro. O programa “Unidos pela Ucrânia” do democrata, por exemplo, permitia que os ucranianos permanecessem no país por até dois anos, trabalhassem e recebessem seguro de saúde.
Porém, o projeto foi suspenso no final de janeiro, após o atual presidente norte-americano emitir um decreto solicitando que o Departamento de Segurança Interna “encerrasse todos os programas de liberdade condicional categórica”. Ou seja, além dos ucranianos, a medida afetaria 530 mil cubanos, haitianos, nicaraguenses e venezuelanos, e outros 70 mil afegãos.
Até o momento, não há anúncios oficiais a respeito do plano para revogar o status legal temporário dos ucranianos, conforme a porta-voz do Departamento de Segurança Interna dos EUA, Tricia McLaughlin. De acordo com o portal Kyiv Independent, “autoridades norte-americanas e ucranianas não confirmaram as alegações”.