O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, apresentou nesta quarta-feira (16/10) o que denominou como ‘plano de vitória’ para o conflito do seu país com a Rússia.
Em declaração realizada perante Parlamento ucraniano, o mandatário prometeu que, caso as medidas sejam implementadas, elas levarão ao “fim das hostilidades, no mais tardar em meados de 2025”.
O projeto apresentado por Zelensky é composto por cinco pontos principais, sendo o primeiro deles um convite imediato para que a Ucrânia seja incorporada à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
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O documento também conta com três anexos secretos, relativos aos pontos dois, três e quatro do projeto original. Esse conteúdo não foi exposto pelo presidente na apresentação ao Parlamento, segundo o site russo RT.
O segundo ponto do projeto – o primeiro entre os que contém um anexo secreto – consiste em defender o apoio bélico e financeiro dos países do Ocidente às operações militares em território russo, incluindo a retirada das restrições ao uso de armas ocidentais contra alvos em território russo e o acesso a informações de inteligência de aliados ocidentais.
O terceiro aspecto seria a construção de uma infraestrutura para a produção de armas na Ucrânia em parceria com empresas norte-americanas e europeias. Este ponto também inclui um anexo secreto. No trecho revelado ao Parlamento, o projeto fala na utilização de parte das armas fabricadas em solo ucraniano para conformar um sistema abrangente de dissuasão estratégica não nuclear.
O quarto ponto seria o lançamento de um programa visando o desenvolvimento do potencial econômico da Ucrânia, junto com um reforço da pressão econômica contra a Rússia, através da imposição de novas sanções. Este aspecto do projeto tambiém incluiu um anexo secreto.
No quinto e último ponto, o governo da Ucrânia pede que os militares ucranianos sejam incorporados ao sistema de defesa da OTAN e sugere que o contingente de soldados norte-americanos em território europeu seja substituído pelos soldados ucranianos.
Zelensky afirma que os quatro primeiros pontos do plano apresentado nesta quarta devem ser implementados ainda com o conflito em andamento e que é crucial que o ponto número um, a adesão do seu país à OTAN, seja o primeiro a ser adotado.
Em resposta ao projeto apresentado por Zelensky, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, qualificou o plano ucraniano como “um conto de fadas” e disse que “o mais surpreendente no discurso (do presidente ucraniano) é a disposição que seu governo mostra em estender o conflito até que morra o último ucraniano”.
“Esse é um plano escrito em conjunto com autoridades norte-americanas, que Zelensky camuflou e apresentou como sendo seu plano de vitória, mas que não é um plano de paz, basta analisar o conteúdo do texto para perceber que é um projeto para aumentar e presença de armas e manter a tensão vigente na região”, comentou o porta-voz russo.
Apesar da declaração russa apontar aos Estados Unidos, o governo norte-americano se expressou horas depois da apresentação do mandatário ucraniano, sem questionar o conteúdo do projeto em si, mas fazendo uma crítica ao fato de que “este não é o momento oportuno para debater esse tema”.
Com informações de RT.